CPI determina prisão de traficante em Caruaru No primeiro dia em Caruaru, a CPI do Narcotráfico e da Pistolagem determinou a prisão do traficante Severino Alves Silva, conhecido como “Bibiu”. Segundo o deputado Fernando Lupa (PSDB), a Comissão obteve a informação de que Bibiu guardava maconha em casa. Confirmada a denúncia, três deputados, acompanhados por policiais, foram até a casa do traficante, sendo apreendidos 30 quilos de maconha.
Além de Severino Alves, mais sete pessoas foram ouvidas ontem pela comissão.
Pela manhã, a CPI esteve em audiência com representantes do Ministério Público, Judiciário e das Polícias Civil e Militar. Os deputados receberam subsídios das autoridades sobre os processos em andamento em 15 municípios do Agreste, e informações relativas a inquéritos policiais. O deputado Fernando Lupa antecipou que, nos relatórios policiais, Santa Cruz do Capibaribe e Agrestina são os municípios com maior número de ocorrências de roubos de cargas. Hoje, estão previstos mais 10 depoimentos de testemunhas ligadas ao tráfico de drogas e pistolagem na região.
Combustíveis A CPI dos Combustíveis ouviu ontem um dos sócios da TRR Boa Esperança, João Henrique Cavalcanti. A Comissão tem informações de que a empresa realiza operações interestaduais simuladas. Cavalcanti confirmou que realiza operações de compra e venda com empresas de outros estados, além de vender para outras TRRs, o que, pelas normas da Agência Nacional de Petróleo(ANP), é proibido.
Mas, o depoente alegou ter obtido liminar na justiça para realizar a livre comercialização. E, por isso, não pode ser acusado de fraudar o fisco.
O deputado Paulo Rubem (PT) afirmou que o empresário tinha sorte, pois contava com a ineficiência da ANP, que conta com apenas um fiscal no Estado, para fazer o tipo de operação que quiser. A CPI também recebeu informações de que a Boa Esperança vende cerca de cinco milhões de litros de combustível por mês. Mas o depoente disse que as vendas não ultrapassam os dois milhões de litros mensais.
Os deputados ainda questionaram sobre algumas vendas feitas sem nota fiscal.
João Henrique respondeu que nunca realizou nenhuma operação sem nota fiscal. A Comissão também considerou estranho o fato do depoente já ter feito 23 alterações contratuais na empresa. Mas, João Henrique disse que os motivos variaram desde a entrada de novos sócios até o aumento de capital.
Os parlamentares acreditam que a empresa, por possuir liminar da Justiça, compra combustível mais barato, sem pagar imposto. E a empresa compradora que, geralmente é de outro estado, paga o tributo e pede ressarcimento à Secretaria da Fazenda de Pernambuco. Para Paulo Rubem, já existem indícios contra o empresário, mas a CPI ainda precisar esclarecer alguns pontos. O parlamentar citou a semelhança de assinaturas de pessoas diferentes nas alterações contratuais e as possíveis operações interestaduais em que as empresas de outros estados declararam não ter realizado a operação. (Carolina Flores/Verônica Barros)