Depoentes comprovam falência dos presídios Após os depoimentos de três presidiários suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas no presídio Aníbal Bruno, a CPI do Narcotráfico reuniu mais subsídios que comprovam a “falência do sistema penitenciário”. Esta é a conclusão do presidente da Comissão, Pedro Eurico (PSB), e do relator, José Queiroz (PDT). “A situação exige medidas urgentes do Governo do Estado porque está evidente a falta de controle do tráfico nos presídios”, afirmou Queiroz.
Ontem à tarde foram ouvidos Marcílio de Sousa Bezerra e Alexandre José Cavalcante Alves, que foram presos em flagrante no último final de semana, em Olinda, com 2,4 quilos de cocaína pura, que, de acordo com a polícia, estava sendo levada para o Aníbal Bruno. A droga seria distribuída pelo detento Severino José Alves Júnior, conhecido como Júnior da Carne, que é irmão de Alexandre.
Júnior da Carne, que administra quatro cantinas no presídio, admitiu que tem faturamento mensal de cerca de R$ 4 mil. O presidiário revelou que existem mais de 30 lanchonetes no Aníbal Bruno e confirmou que os responsáveis só recolhem uma taxa para o sistema penitenciário.
Marcílio não convenceu ninguém quando afirmou aos deputados que foi apenas usado como “mula,” carregador da droga trazida do Mato Grosso e, por isso, ganhou apenas, R$ 500,00. Alexandre tentou negar que conhecia Marcílio, mas entrou em contradição quando soube que seu comparsa sabia o número do seu telefone celular.
A CPI também ouviu o depoimento do vereador de Igarassu, Luiz Cavalcante dos Passos (PSB).
Depois de admitir que ficou quebrado financeiramente após uma tentar se eleger deputado federal em 94, o vereador confirmou que comprava, em 96, carretas de cerveja para revender. Ele responde a um processo em Goiana por receptação de uma carga de cerveja roubada em maio de 96. (Pedro Marins)
