Vereador de Catende nega acusações O presidente da Câmara Municipal de Catende, Rildo Brás, negou ontem, em seu depoimento à CPI do Narcotráfico, todas as denúncias feitas contra ele. Segundo elas, o vereador teria participado, mesmo indiretamente, de um seqüestro, de assassinatos e receptação de roubo. O presidiáro e ex-policial militar Severino Manoel de Lira, conhecido como falcão, afirmou ter fornecido duas carretas de charque roubada ao mercado do vereador. Mas o vereador negou conhecer o soldado.
Em seguida, a CPI ouviu o irmão de Rildo, o comerciante Sérgio Brás, que limitou-se a negar todas as questões levantadas pela Comissão. Ao contrário de Rildo, Sérgio não autorizou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico.
À tarde, a CPI decidiu fazer a acareação entre o vereador e o presidiário Lira.
Frente a frente, os dois trocaram acusações. “Pelo amor de Deus, eu não conheço esse homem”, gritou Braz. “O que revolta mais o bandido é ser abandonado por aqueles que tramaram com a gente”, rebateu Lira.
Policiais No final da tarde, a CPI confrontou as informações prestadas pelo delegado César Urach com o depoimento do agente Geovane Trajano. O agente fazia parte da equipe de Urach na delegacia de roubos e furtos, de onde o presidiário Jobel Guerreiro fugiu, em 97. Jobel disse que pagou a eles R$30 mil, além de um carro e uma moto, para ter a fuga facilitada. Geovane negou ter recebido qualquer dinheiro de Jobel.
Trajano ressaltou que Jobel não foi mandando ao presídio por omissão de Urach.
Garanhuns Hoje, a CPI ouve novos depoimentos pela manhã e, à tarde, segue para o município de Garanhuns. Lá, vai ouvir promotores, juízes e acusados de pistolagem na região do Agreste.
Combustíveis A CPI dos Combustíveis ouviu ontem sete funcionários da Total distribuidora, uma das empresas suspeitas de sonegação fiscal. O primeiro a depor foi o consultor de informática da empresa, Paulo Pinto Borba. Uma análise feita pelo Centro de Informática da UFPE nos computadores da Total constatou que dez deles estavam com a memória apagada. O fato levantou a denúncia de que a empresa teria danificado os computadores para evitar que dados fiscais ou contábeis fossem conhecidos.
Segundo Paulo Borba, o sistema operacional da empresa estava sendo mudado, o que poderia justificar a falta de condições operacionais de alguns equipamentos. O consultor também explicou que o mau uso pode ter danificado os computadores, que também apresentavam vírus. O presidente da CPI dos Combustíveis, deputado Augusto Coutinho (PFL), informou que vai contactar o Centro da UFPE para que analise cada arquivo dos 29 computadores da Total apreendidos. Ele ainda antecipou que os equipamentos serão devolvidos hoje à empresa. (Carolina Flores/Natália Câmara)