João Braga questiona projeto da Linha Verde

Em 21/04/1999 - 00:04
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A Linha Verde, via que a Prefeitura do Recife pretende construir, ligando a ilha Joana Bezerra ao viaduto Trancredo Neves, é, na verdade, uma adaptação “atrofiada” do projeto Via Costeira, concebido há mais de 15 anos pela Fidem. A afirmação é do deputado João Braga (PSDB). Para ele, houve uma inadequação do projeto, já que foi reduzido o número de pistas e alterado o trajeto da antiga via. “Não estou me opondo à obra, mas denunciando o que foi feito contra uma idéia de integração metropolitana”, salientou.

Para Braga, a Linha Verde aniquila o sonho metropolitano, pois impossibilita a ligação com os municípios de Jaboatão e Cabo de Santo Agostinho. O parlamentar acrescenta que a sua conclusão vai ser inviabilizada pela cobrança de pedágio para um trecho de apenas 6,4 km e pelo crescimento da exploração imobiliária em torno da via. “Eu me sinto profundamente agredido com esse atrofiamento. O prefeito Roberto Magalhães optou por uma solução equivocada, por falta de informação ou de conhecimento do sistema viário da cidade”.

João Braga lembrou que o preço da obra – R$ 90 milhões – daria para duplicar a BR-232 até Caruaru. Para ele, a Prefeitura deveria repensar a questão e optar pela construção da Via Costeirinha. “Essa obra já foi estudada e resolveria o problema de trânsito em Boa Viagem, com apenas 10% do valor estimado para a Linha Verde”, frisou.

O deputado Pedro Eurico (PSB) tratou de tranqüilizar Braga, pois, segundo ele, a obra não vai ser executada. Antônio Moraes (PSB) questionou os problemas que a construção da via traria para o meio ambiente. João Negromonte (PMDB) saiu em defesa do prefeito, afirmando que a obra vai ser reconhecida no futuro. Segundo Augusto Coutinho (PFL), a Linha Verde será custeada pela iniciativa privada.

Para Romário Dias (PFL), mais importante do que criticar é buscar saídas para os problemas urbanos da cidade. (M G)