Os incidentes registrados domingo durante o jogo Sport x Santos repercutiram na sessão de ontem no Plenário da Assembléia Legislativa. O deputado Romário Dias (PFL) requereu voto de repúdio ao jogador Viola, do Santos, repúdio extensivo ao gerente do clube paulistano, Marco Aurélio Cunha.
“Foram ocorrências lamentáveis esclareceu quando o atleta em questão comandou os atos de indisciplina que culminaram com a agressão a profissionais da Imprensa, Hélio Macedo, do Rádio Jornal do Commercio e os repórteres fotográficos Fernando Silva e Genival Fernandes. A atitude antidesportiva de Viola, junto com alguns companheiros de equipe, como Jardel e Narciso, enfeiam e denigrem o futebol brasileiro, merecendo a repulsa dos homens de bem do nosso Estado e dos desportistas de todo o Brasil”.
Romário Dias ponderou que atitudes como “a do indisciplinado atleta Viola” são péssimo exemplo para os jovens, constituindo-se numa página negra na história do Santos, um clube cheio de glórias que todos aprenderam a admirar por suas conquistas memoráveis. Ele citou atletas e homens de bem que marcaram época no Santos, entre os quais Pelé, Zito, Gilmar, Jair da Rosa Pinto, Lima, Coutinho.
“Por estas e outras razões prosseguiu é que já havendo integrado outras grandes equipes do País esse malfadado jogador de futebol dificilmente voltará ao convívio dos grandes atletas da Seleção Brasileira, mercê dos seus gestos indisciplinados, intempestivos e irrefletidos”.
Ao protestar contra os fatos do jogo Santos x Sport, o deputado pefelista deplorou também as manifestações de inconformismo do treinador Emerson Leão “figura querida em Pernambuco, cujo começo como treinador foi no próprio Sport Club do Recife; e pelo grau de experiência que possui ele não pode compactuar com a indisciplina”. O posicionamento de Leão na tarde de domingo na Ilha do Retiro levou Romário a afirmar: “Compromete seu próprio comando e não acrescenta nada ao seu bom currículo de jogador e técnico”.
Em relação ao gerente do Santos, Marco Aurélio Cunha, Romário Dias qualificou suas declarações de “irresponsáveis e antidesportivas, com ameaças formuladas através da Imprensa. Não condizem com uma pessoa responsável e séria”.
No final, o deputado solicitou à Mesa Diretora o encaminhamento de seu discurso aos presidentes da Federação Pernambucana de Futebol, da CBF, ao diretor da Comissão de Arbitragem da CBF, ao presidente da Federação Paulista de Futebol, aos associados do Santos Futebol Clube, ao presidente do Sport Club e à Imprensa pernambucana.
Aparte O deputado Gilberto Marques Paulo (PFL) qualificou o incidente relatado por Romário Dias como uma demonstração antidesportiva e disse, em aparte favorável, que falava, não só pelo fato de ser rubro-negro mas também em defesa da honra de Pernambuco.
“Posso até achar que havia um número excessivo de pessoas no entorno do gramado. Mas não posso admitir um ato tão covarde dos jogadores do Santos, como a agressão aos jornalistas que estavam cumprindo seu dever. Eles deveriam ser expulsos do jogo e presos pela polícia”, acrescentou. Marques Paulo também parabenizou os dirigentes, treinador e jogadores do Sport pela atitude serena no episódio.
O pronunciamento de Romário Dias ainda recebeu outro aparte favorável do deputado Eduardo Araújo (PSDB). (Antônio Azevedo)