Ricardo defende pressa

Em 17/11/1998 - 00:11
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O presidente da Compesa, Ricardo Câmara Lima, disse ontem, durante debate na Assembléia Legislativa, que é preciso definir o projeto sobre a gestão da água e do esgoto que interessa à sociedade para que sejam determinadas as metas de atuação governamental ou privada. “A população não pode é ficar esperando sem água se a responsabilidade é do Governo ou da iniciativa privada”, acrescentou.

Câmara Lima informou que o setor tem uma previsão de financiamento para o quadriênio 1999/2002 de R$ 517 milhões. No entanto, pelo menos, 50% desses recursos estão ameaçados de corte pelo Governo Federal. “Diante disso – afirmou – será necessário definir as prioridades”.

Para o presidente da Compesa, a privatização do setor é bem complexa, uma vez que dos 185 municípios de Pernambuco, 175 são deficitários, isto é, as tarifas não cobrem os custos da distribuição da água. E apenas oito deles pagam uma tarifa mais elevada para subsidiar os outros.

“Qual empresa ficaria com os municípios deficitários?”, indagou Câmara Lima. No caso de privatização, seria preciso agir em bloco, comprando as concessões dos municípios superavitários e deficitários.

Ele fez referência ainda aos cortes de verbas do setor público. Com muito custo, depois de um ajuste financeiro, a Compesa recebeu nesses quatro anos do governo Arraes R$ 150 milhões da Caixa Econômica e de outros órgãos financiadores para tocar suas obras, além de usar R$ 42 milhões de recursos próprios. “Para o próximo governo não sabemos se mais recursos virão”, concluiu. (A M)