Na condição de representantes dos servidores da Compesa, estiveram presentes ontem, no plenário da Assembléia Legislativa, para participarem do debate, convocado pelo deputado Paulo Rubem (líder do PT), sobre a privatização dos serviços de saneamento, o presidente do Sindicato dos Urbanitários, José Alberto Pereira; Maria Emília Gouveia e Jorge Perez, pela CUT.
Entendem estas lideranças que a privatização do setor vai de encontro a princípios importantes como os que afirmam ser o fornecimento de água e o tratamento de esgoto serviços essenciais à vida e, portanto, direito do povo e obrigação do Estado.
Todos eles repudiam o Projeto de Lei, que tramita no Congresso, de autoria do deputado José Serra, que retira dos municípios a titularidade sobre estes serviços, por considerar este o caminho mais fácil para a privatização do setor.
Jorge Perez, presidente da CUT, foi taxativo ao afirmar que “diante da conjuntura atual do capitalismo não podemos aceitar que um bem essencial à vida, fique a mercê da iniciativa privada”. E chamou a atenção dos presentes para o fato de que o Governo Federal vem repetindo um argumento que precisa ser questionado nos debates que estão sendo abertos no país sobre a privatização das companhias de fornecimento dágua e tratamento de esgoto: “Sempre ouvimos dizer que o Estado não pode mais investir seja em siderurgia, eletricidade, telefonia ou água. Ora, mas este não é o Estado que escolhemos, foi uma herança da ditadura militar. O que não se pode é privatizar tudo, como única solução possível”.
A representante do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana do RecifeConderm, Sônia Calheiros, lembrou que já existe legalmente, aqui no Recife, um fórum específico para debater a questão: a Câmara Metropolitana do Meio Ambiente, ligado ao Conderm. A técnica destacou que a discussão sobre privatização da Compesa vem sendo agilizada depois que diminuíram os recursos disponíveis na CEF e no BNDES para o setor. (Graça Gouveia)