
Texto Completo
EMENTA: Denomina o trecho da PE-073, situada entre os municípios de Gameleira e
Rio Formoso, Rodovia Armando de Queiroz Monteiro e dá outras providências. NO
MÉRITO PELA APROVAÇÃO.
1. RELATÓRIO
1.1- Vem a esta Comissão de Educação e Cultura, o Projeto de Lei Ordinária nº.
583/2011, de autoria do Deputado José Humberto Cavalcanti, para análise e
emissão de parecer;
1.2- A proposição em discussão já recebeu parecer favorável no âmbito da
primeira comissão a quem compete analisar a constitucionalidade e legalidade da
matéria.
2. PARECER DO RELATOR
2.1 O Projeto de Lei em análise denomina o trecho da PE-073, situada entre os
municípios de Gameleira e Rio Formoso, Rodovia Armando de Queiroz Monteiro.
2.2 A justificativa do Autor In Verbis:
Os habitantes de Gameleira e Rio Formoso, na Mata Sul de Pernambuco, conhecem
bem a história de Armando de Queiroz Monteiro, patriarca de uma família de
líderes ilustres e marcantes da história recente da política estadual. Pai do
ex-ministro Armando Filho, avô do senador Armando Neto e do empresário Eduardo
Monteiro, o velho Armando foi político temporão, exerceu apenas um mandato de
deputado estadual pelo PSD, em 1947, mas desempenhou o papel de empresário como
poucos. Fundou o que viria a ser, quando da sua morte, aos 94 anos, em 18 de
maio de 1989, um dos maiores grupos empresariais do Nordeste.
Armando de Queiroz Monteiro deu origem a um grupo, cuja empresa mãe foi sempre
a Companhia de melhoramentos em Pernambuco, que se ramificou a partir de
engenhos e usinas de açúcar, destilarias, empresas dos setors metal-mecânico e
de tecelagem, concessionárias de automóveis, além do Banco Mercantil S/A. No
entanto, apesar do porte dos empreendimentos que liderava, suas grandes paixões
sempre foram a Usina Cucaú e o município de Rio Formoso. Era a partir dali que
administrava os negócios e se envolvia com os problemas da comunidade,
engajando-se na política local. Aos filhos e parentes mais próximos, delegava a
gestão das demais empresas. Seu mundo se concentrava em Cucaú, mas estava longe
e ser provinciano. O patriarca da família Queiroz Monteiro era amigo do
ex-governador Barbosa Lima Sobrinho, a pedido de quem se candidatou a deputado
estadual, e de Múcio Leão dois membros importantes da Academia Brasileira de
Letras. Ocupou funções de destaque na liderança do setor empresarial de
Pernambuco. Presidiu a cooperativa das empresas do setor sucroalcooleiro e a
Federação das Indústrias (Fiepe), cargo que também seria ocupado duas gerações
depois por Armando Neto, hoje senador, ex-presidente da Confederação Nacional
da Indústria. Armando de Queiroz Monteiro nasceu no Engenho Campestre,
município de Escada. Ainda criança, viu seus irmãos nascerem no Engenho
Bonsucesso, em Gameleira,
hoje pertencente à Usina Cucaú. Estudou no Recife, primeiro, no antigo Colégio
Alemão, em seguida, no Salesiano. Formou-se em Direito pela histórica Faculdade
de Direito do Recife, mas nunca exerceu a profissão. Sua fascinação mesmo era a
cana-de-açúcar. No início da vida empresarial, arrendou o Engenho Souza à Usina
Catende, do famoso Tenente Antônio da Costa Azevedo, o Tenente da Catende,
figura que
marcou uma época em Pernambuco pela sua capacidade, pela sua correção pessoal.
Mas, pouco tempo depois, assassinaram Siqueira Neto, superintendente das usinas
de Mendes Lima, que na época detinha o peso de um Banco do Brasil. Mendes Lima
financiava o exportador, financiava o agricultor, o usineiro. Era uma firma
muito forte à época. Com a morte do superintendente, seu Joaquim Amorim, dono
da Mendes Lima, avô de Jorge Baptista, que depois viria a ser principal
acionista do Banorte, pediu ao
Tenente da Catende que indicasse uma pessoa para assumir o lugar do
superintendente. O tenente, conforme depoimento de Armando Monteiro Filho,
teria dito: Eu tenho uma pessoa lá que acho que preenche as suas
necessidades. Não entende nada de usina, agora, é um bom agricultor, um homem
muito sério, trabalhador. E indicou Armando de Queiroz Monteiro, o
arrendatário do Engenho Souza, para assumir a poderosa função de
superintendente de Mendes Lima. O dono da firma Mendes Lima marcou a data da
posse exatamente para o mesmo dia em que Armando de Queiroz Monteiro se
casaria, inclusive tendo já distribuído todos os convites. Mas este não teve
dúvidas. Queria iniciar suas atividades na
nova função com o pé direito e com total dedicação. Adiou seu casamento por 60
dias e mergulhou na gestão de Mendes Lima. Mas, quando ele aceitou essa
condição de superintendente da usina de Mendes Lima, desistiu das atividades em
engenho e dedicou-se de corpo e alma às usinas do grupo, às usinas Ubaquinha e
Trapiche. Passado algum tempo, comprou, apenas com a coragem, a Usina Ipojuca,
em sociedade com o tio de sua esposa Antônio Dourado Neto. Em 1943, ele vendeu
sua parte e comprou então a Usina Cucaú, que
era de propriedade da Companhia Geral de Melhoramentos em Pernambuco,
controlada na época por João Cardoso Ayres Filho, pai do célebre pintor Lula
Cardoso Ayres. A Companhia era dona neste período de Cucaú e da fábrica de
fiação e tecelagem de Ribeirão. Em 1965, a segunda geração da família comprou o
Banco Mercantil de Pernambuco, que detinha apenas três agências uma em Boa
Viagem, outra no Recife antigo e uma em Escada. O Mercantil, que não pertencia
ao velho Armando de Queiroz, era de propriedade dos irmãos Armando Filho e
Rômulo Monteiro e se desenvolveu de maneira extraordinária ao longo dos anos.
Chegou a ter a maior rede de agências entre todos os bancos no Recife. Somava
42 agências no país inteiro.
Mas Armando de Queiroz Monteiro, mesmo com a forte expansão do grupo,
manteve-se fiel a Cucaú. Era desta empresa que cuidava com carinho e dedicação.
Tomava conhecimento das outras empresas, mas estas eram administradas pelos
familiares. Na política, dedicava-se quase que exclusivamente aos assuntos do
município de Rio Formoso, onde fazia questão de ter seus candidatos eleitos. Se
engajava nas disputas e, com seus aliados, venceu todas elas. Na vida privada,
Armando de Queiroz Monteiro era um sujeito animado, que evitava levar para casa
os aborrecimentos e problemas do dia a dia dos negócios. À família, transmitiu,
conforme testemunho de Armando Filho, as qualidades básicas que os homens
públicos devem ter: austeridade, simplicidade e cultivo da modéstia.
2.3 Sendo assim é louvável a iniciativa do deputado, devendo ser aprovado por
esse colegiado.
Ante ao exposto, em conformidade com o artigo 99, II, do Regimento Interno
opinamos no sentido de que seja aprovado o Projeto de Lei Ordinária nº.
583/2011, de autoria do Deputado José Humberto Cavalcanti.
Presidente: Teresa Leitão.
Relator: Gustavo Negromonte.
Favoráveis os (3) deputados: Adalto Santos, Gustavo Negromonte, Teresa Leitão.
Favoráveis com restrições os (0) deputados: .
Contrários os (0) deputados: .
Presidente | |
Teresa Leitão | |
Efetivos | Aluísio Lessa Francismar Pontes | Gustavo Negromonte Julio Cavalcanti |
Suplentes | Adalto Santos Betinho Gomes Luciano Siqueira | Mary Gouveia Raimundo Pimentel |
Autor: Gustavo Negromonte
Histórico
Sala da Comissão de Educação e Cultura, em 14 de dezembro de 2011.
Gustavo Negromonte
Deputado
Informações Complementares
Status | |
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Situação do Trâmite: | Enviada p/Publicação |
Localização: | Publicação |
Tramitação | |||
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1ª Publicação: | 15/12/2011 | D.P.L.: | 13 |
1ª Inserção na O.D.: |
Sessão Plenária | |||
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Result. 1ª Disc.: | Data: | ||
Result. 2ª Disc.: | Data: |
Resultado Final | |||
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Publicação Redação Final: | Página D.P.L.: | 0 | |
Inserção Redação Final na O.D.: | |||
Resultado Final: | Data: |
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