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PARECER Nº /2013
Comissão de Educação e Cultura.
Projeto de Lei Ordinária nº. 1688/2013
Autor: Deputado João Fernando Coutinho

EMENTA: Denomina Rodovia Arlindo dos 8 Baixos a PE-061, que liga o município de
Sirinhaém ao distrito de Barra de Sirinhaém. No mérito, pela aprovação.

1. RELATÓRIO

1.1- Vem a esta Comissão de Educação e Cultura, Projeto de Lei Ordinária nº.
1688/2013, de autoria do Deputado João Fernando Coutinho para análise e emissão
de parecer;

1.2- A proposição em discussão já recebeu parecer favorável no âmbito da
primeira comissão a quem compete analisar a constitucionalidade e legalidade da
matéria.


2. PARECER DO RELATOR

2.1- O presente projeto denomina Rodovia Arlindo dos 8 Baixos a PE-061, que
liga o município de Sirinhaém ao distrito de Barra de Sirinhaém.

2.2 – De acordo com a justificativa do autor, in verbis:

“Arlindo Ramos Pereira nasceu em 16 de abril de 1942, na Usina Trapiche,
município de Sirinhaém, na Mata Sul de Pernambuco. Ainda criança trabalhou na
agricultura limpando cana-de-açúcar. Depois, foi morar no povoado de Santo
Amaro de Sirinhaém fazendo o mesmo serviço com seu pai, nos engenhos da região.
O primeiro contato com uma sanfona de oito baixos foi aos 10 anos, O
instrumento pertencia a seu pai. De início, ele não era autorizado a tocar no
pequeno fole. Quando o pai chegava do roçado lá estava ele tocando, o pai
reclamava dizendo que não tinha futuro, Arlindo guardava o instrumento, mas
quando o pai saía, pegava a sanfona de novo. Tomou tanto gosto pela música que
acabou ganhando uma de presente. Nesse tempo Arlindo nem imaginava que um dia
se tornaria um dos maiores instrumentistas d o Estado de Pernambuco, mestre de
gerações.
Alguns anos mais tarde aprendeu o ofício de barbeiro e quando um tio o convidou
para morar em Ponte dos Carvalhos, no Cabo, ele começou a trabalhar em uma
barbearia, e, entre um cliente e outro, pegava a sanfona para treinar. No
repertório, forró, tango, chorinho, xote, marchinha e cumbia.
E, assim, foi atraindo a atenção de quem passava, até surgirem convites para
tocar em pequenas festas. Pouco tempo depois, um amigo disse que, no Recife,
ele conseguiria um emprego semelhante. Aos 23 anos, cortava cabelo em um salão
na Avenida Beberibe, em Água Fria, e morando no Fundão, bairro vizinho,
continuava a tocar nos intervalos do serviço e em eventos. Começou a abrir seu
círculo de amizades, conhecendo outros artistas, radialistas. Foi chamado para
dar entrevistas, até que surgiu o convite para entrar na banda Coruja e seus
Tangarás.
Arlindo foi um dos poucos sanfoneiros que se orgulhava de ter tocado com o Rei
do Baião. Mais do que isso, ter acompanhado Gonzagão por quase 20 anos. Luiz
Gonzaga, além de ter apreciado o desempenho de Arlindo, soube que o sanfoneiro
era um bom artesão. De fato, Arlindo havia aprendido com seu padrinho o ofício
de restauro e afinação de sanfonas. Com o impulso de Gonzaga, Arlindo se
estabilizou como artesão e sanfoneiro, de tal modo que ele desenvolveria um
equilíbrio entre as duas atividades, chegando a ser condecorado como “O artesão
da sanfona”.
Na década de 1970, a sanfona de teclado predominou em seu trabalho profissional
e Arlindo se tornou muito requisitado como músico de estúdio em programas
radiofônicos e gravações.
Em 1981, Arlindo, acompanhado do zabumbeiro Quartinha, se dirigia ao estúdio da
gravadora RCA, em São Paulo, para as gravações de seu primeiro disco, de título
“Arlindo dos 8 Baixos, Mestre do Beberibe”, que contou com a participação de
Dominguinhos na produção e direção artística. O título do disco também foi
sugestão de Luiz Gonzaga.
Gonzaga, aliás, teve a companhia de Arlindo dos 8 Baixos no palco durante
muitos anos. Foi o Rei do Baião que o estimulou a voltar ao seu instrumento
original, a sanfona de 8 baixos, e a utilizá-lo como nome artístico. Admirado
como instrumentista diferenciado, Arlindo abraçou os 8 baixos e com ele se
destacou. Artistas como Oswaldinho, Hermeto Pascoal, Elba Ramalho e Marinês já
contaram com o talento de Arlindo.
Ao mesmo tempo, ele construiu uma carreira solo que e se consolidou como uma
das maiores referências nos oito baixos, e ficou ainda mais conhecido quando
abriu o Forró do Arlindo, ponto tradicional e turístico do Recife, onde também
dava aulas de sanfona, hoje Espaço Cultural Arlindo dos Oito Baixos, em Dois
Unidos. O que começou como uma brincadeira de fundo-de-quintal tornou-se numa
referência de forró para todo o Nordeste.
Um legado imensurável que ultrapassa o instrumentista e se concretiza em 18
discos, mais de 200 músicas gravadas, inúmeros shows, fotos, histórias e no
Espaço Cultural Arlindo dos 8 Baixos. Pelo espaço, já passaram quase todos os
forrozeiros da região, tocando para uma multidão de admiradores da música que
encontrou sua síntese em Luiz Gonzaga. Com tanto trabalho, Arlindo ainda tinha
tempo para ensinar o que sabe a 18 alunos de 7 a 12 anos.
Em 2011 os artistas, Dudu do Acordeon, Agostinho do Acordeon, Cezinha e Camarão
subiram ao palco para homenagear os 50 anos de carreira de Arlindo dos 8
Baixos, em um show no Sítio Trindade. Foi um encontro memorável dos veteranos
com os novatos sanfoneiros pernambucanos. No fim do ano passado, o músico
recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, um justo reconhecimento por
sua contribuição à cultura e à música.
Apesar da luta deste grande guerreiro, Arlindo faleceu aos 71 anos, no último
dia 23 de outubro. Ao lado da esposa, Odete Regina Macedo, compartilhou um
caminho de cinco décadas de matrimônio, e uma vida dedicada à família, ao forró
e à sanfona de oito baixos. Entre os filhos que deixou, estão dois destacados
instrumentistas, o percussionista Raminho e o baixista Adilson.”

2.3- Diante do exposto, esta relatoria entende que o presente Projeto de Lei
está em condições de ser aprovado por este colegiado, uma vez que a denominação
é com nome de pessoa já falecida, de conhecimento da população local, e segue
critérios estabelecidos na legislação estadual.

3. CONCLUSÃO DA COMISSÃO

Ante ao exposto, em conformidade com o artigo 99, II, do Regimento Interno
opinamos no sentido de que seja aprovado o Projeto de Lei Ordinária nº.
1688/2013, de autoria do deputado João Fernando Coutinho.

Sala da Comissão de Educação e Cultura, em 11 de dezembro de 2013.

Presidente: Teresa Leitão.
Relator: Teresa Leitão.
Favoráveis os (4) deputados: Adalto Santos, Gustavo Negromonte, Mary Gouveia, Terezinha Nunes.
Favoráveis com restrições os (0) deputados: .
Contrários os (0) deputados: .

Presidente
Teresa Leitão
Efetivos
Francismar Pontes
Gustavo Negromonte
Julio Cavalcanti
Terezinha Nunes
Suplentes
Adalto Santos
Antônio Moraes
Mary Gouveia
Raimundo Pimentel
Raquel Lyra
Autor: Teresa Leitão

Histórico

Sala da Comissão de Educação e Cultura, em 12 de dezembro de 2013.

Teresa Leitão
Deputada


Informações Complementares

Status
Situação do Trâmite: Enviada p/Publicação
Localização: Publicação

Tramitação
1ª Publicação: 13/12/2013 D.P.L.: 7
1ª Inserção na O.D.:

Sessão Plenária
Result. 1ª Disc.: Data:
Result. 2ª Disc.: Data:

Resultado Final
Publicação Redação Final: Página D.P.L.: 0
Inserção Redação Final na O.D.:
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