Alepe - Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco

Art. 1º Será acrescido o inciso XI ao § 1º do Artigo 278, e o inciso XI ao
Art. 282 da Resolução nº 905, de 22 de dezembro de 2008, que passa a vigorar
com a seguinte redação:

Art. 278 .....................................................................

§
1º .............................................................................

XI - "Turismo - governador Carlos Wilson", para agraciar pessoas físicas ou
jurídicas que tenham se destacado no desenvolvimento do Turismo do estado de
Pernambuco.


Art. 282 ....................................................................

XI - A imagem em alto relevo do ex-governador Carlos Wilson, para o Mérito
"Turístico Governador Carlos Wilson".


Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Autor: André Campos

A matéria da presente proposição visa acrescentar a categoria "Turismo", às
modalidades da Medalha Leão do Norte, concedida às pessoas físicas e jurídicas
que se destacaram no âmbito do Estado de Pernambuco, em diversos segmentos.

Em razão do elevado potencial turístico em nosso estado, desenvolver a
atividade turística é um papel do estado e deve ser apoiado por todos, dessa
forma, desenvolver o turismo como atividade econômica, será papel relevante na
geração de empregos e divisas, além de proporcionar inclusão social.

A Medalha "Turismo - Governador Carlos Wilson" seria uma maneira desta Casa
Legislativa reconhecer o mérito de pessoas, empresas e instituições, que se
destacaram na prestação de serviço ou na melhoria dos produtos do turismo em
nosso Estado.

Entende-se por personalidades, empresas e instituições: agências de turismo,
meios de hospedagem, transportadoras turísticas, organizadores de eventos,
locadoras de transportes, eventos e meios turísticos, guias de turismo,
personalidades de instituições ligadas ao turismo

Pelo exemplo em que se constitui de cidadão e homem público com inestimáveis
serviços prestados a Pernambuco, CARLOS WILSON ROCHA DE QUEIROZ CAMPOS é
merecedor da honraria que ora propomos lhe seja conferida por esta Casa
Legislativa, como veremos a seguir:

O eminente pernambucano Carlos Wilson, nasceu em 11 de março de 1950, no
Recife. Filho de Maria Tereza Rocha de Queiroz Campos e Wilson de Queiroz
Campos.

Concorreu pela primeira vez a um mandato popular em 1974, quando foi eleito o
deputado federal mais jovem daquela legislatura. Foi reeleito em 1978 e em
1982.
Em 1986 foi eleito vice-governador do Estado, ao lado do governador Miguel
Arraes, tendo assumido o Governo do Estado, em 1990; Em 1994 disputa a eleição
para o Senado e é eleito, sendo o mais votado. Representou o estado de
Pernambuco, no Senado Federal, no período compreendido entre 1995 e 2002; Foi
eleito deputado federal para mais um mandato, em 2006.
Em 2003, aceita o convite do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, para ocupar
o cargo de Presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária –
Infraero, permanecendo nesta empresa até o ano de 2006, quando se elegeu
deputado federal.
Na Câmara dos Deputados, defendeu o fortalecimento da Sudene e o tratamento
diferenciado para o Nordeste. Posicionou-se pela liberdade de imprensa e
defendeu nos anos 70, o direito de Organização Sindical dos Trabalhadores
Metalúrgicos. Também participou da campanha pelas Diretas de 1984.

No Senado Federal, Carlos Wilson participou das comissões de Fiscalização e
Controle, de Assuntos Sociais, Relações Exteriores e Defesa Nacional e de
Serviços de Infraestrutura. Foi presidente da Comissão Interparlamentar de
Turismo e da Comissão Temporária de Obras Inacabadas, que detectou mais de duas
mil obras inacabadas em todo País.

Carlos Wilson, enquanto governador teve a visão clara do potencial que o
turismo representava em seu Estado. Por isso mesmo, não mediu esforços para
pavimentar as rodovias que dão acesso às praias de Porto de Galinhas, Sirinhaém
e Nova Cruz.

Implementou todas as medidas necessárias para o estabelecimento do projeto
Costa Dourada, que visava ao aproveitamento do potencial das praias do Litoral
Sul de Pernambuco e do Litoral Norte de Alagoas, entre outras ações.

Na esteira desse processo é que foram atraídos para a região novos e
importantes investimentos, como a rede hoteleira Ceasar Park, no caso de Santo
Agostinho.

Carlos Wilson acreditava que, com criatividade, poderia atrair turistas para o
nosso País.

Ainda governador, tomou conhecimento que havia nos Estados Unidos, um tipo de
turismo diferente: o turismo para a terceira idade. Cada ano, 750 turistas se
inscreviam para participar de uma viagem a um lugar desconhecido. Eles
compravam as passagens sem saber o destino. Era uma viagem surpresa. Esse tipo
de pacote chamou sua atenção e demonstrou interesse junto às agências de
turismo; assim, 750 americanos desembarcaram no Aeroporto dos Guararapes, em
Recife. Também foi feito o primeiro cruzeiro marítimo ligando cidades do
Nordeste a Fernando de Noronha, através do navio português Funchal, que fazia o
trajeto Recife, Maceió, Natal, Salvador até Fernando de Noronha.

Sua preocupação com o turismo em Pernambuco pode ser notada também no senado,
através de inúmeros pronunciamentos, como por exemplo, o do dia 18 de março de
1998, quando afirma:


“Recife está cada vez mais fora do eixo de atração turística nacional e
internacional. Dados da ABAV, Associação Brasileira de Agentes de Viagem,
atribuem a Fortaleza, a Porto Seguro, na Bahia, e, em terceiro lugar, ao Rio de
Janeiro, as principais posições do ranking das cidades mais procuradas pelos
turistas em 1997, segundo levantamento realizado em 150 agências de viagem.
Recife, que chegou a ser conhecida como a Veneza Brasileira, que já foi a
quarta cidade em importância econômica e política, a primeira escala em direção
à Europa e aos Estados Unidos, berço de uma cultura que se consolidou ao longo
de seus 462 anos completados ainda este mês, sequer aparece nessa estatística.
Para mim, que sempre vi no turismo uma das mais importantes fontes de riqueza e
de distribuição de renda, a decadência do setor em Pernambuco só tem uma causa:
o descaso com que sucessivos governos, tanto na Prefeitura do Recife como no
Estado de Pernambuco, trataram essa atividade”.


Mais tarde, na presidência da Infraero, tornou o Aeroporto Internacional dos
Guararapes/Recife - Gilberto Freyre realidade e, com o Aeroporto de Petrolina,
colocou as regiões produtivas do São Francisco mais perto dos mercados
internacionais. Inaugurou também o novo Aeroporto de Alagoas, Zumbi dos
Palmares. Os canteiros de obras geraram mais de 50 mil empregos diretos e
indiretos. Foram 19 grandes obras de melhorias em aeroportos entregues em todas
as regiões do país. Durante sua administração quase todos os 66 aeroportos que
formam a malha aérea brasileira passaram por algum tipo de obras.

Em 2007, no exercício de seu 4º mandato de deputado federal, continuou cobrando
do presidente Lula, maiores investimentos para a infraestrutura aeroportuária.
Afirmava que precisava “coragem” dos governos estaduais e federal para fazerem
obras importantes no setor e, alterações nos voos para desafogar alguns
aeroportos. Durante esse mandato, foi Titular da Comissão de Turismo e Desporto
da Câmara dos Deputados.

Cali, como era carinhosamente chamado pelos amigos, depois de lutar durante
cinco anos contra um câncer, faleceu no dia 11 de abril de 2009, deixando uma
enorme lacuna na política pernambucana.
Durante toda a sua vida pública, tornou-se conhecido pela capacidade de
diálogo, buscando sempre o consenso na política.