Brasão da Alepe

Denomina Rodovia Álvaro Dantas de Almeida a PE- 420, no trecho que liga Ibó a Belém de São Francisco.

Texto Completo

Art. 1º Passa a ser denominada Rodovia Álvaro Dantas de Almeida a PE- 420 no
trecho que liga Ibó a Belém de São Francisco.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Autor: Rogério Leão

Justificativa

Álvaro Dantas de Almeida nasceu na fazenda Saraiva município de São Bento,
sertão da Paraíba, no dia 15 de dezembro de 1925. O caçula da prole de dez
filhos, do casal Álvaro Dantas de Paula e Eulália Maria de Almeida. Nesse mesmo
ano, havia falecido um irmão seu com o nome de Paulo, e todos da família
passaram a chamá-lo de “paulo”, apesar de ser registrado como Álvaro. Até hoje
os familiares da Paraíba o chamam por esse nome.
Seu pai, conhecido como seu Alvim, faleceu aos 106 anos. Era um simples
agropecuarista, cujo objetivo era a subsistência familiar e a dos seus poucos
empregados. Conseguiu, com esforço, educar seus filhos, e àqueles que
desejaram, pode oferecer-lhes a possibilidade de chegar a um curso superior.
Álvaro foi alfabetizado na fazenda saraiva, aos 13 anos foi estudar em Patos –
PB, e aos 17 chegou a recife, de trem, para fazer o curso colegial,
inicialmente no colégio Padre Félix, e, posteriormente, no ginásio
pernambucano, na rua da aurora.
Fez vestibular na faculdade de medicina do recife, colando grau no dia 8 de
dezembro de 1951. Sete dias após essa data, estaria completando 26 anos de
idade.
Com 1 mês de formado, foi convidado a dirigir uma maternidade em serra negra do
norte, no rio grande do norte, onde permaneceu apenas 9 meses.
Logo após, ingressou na Fiesp – fundação serviço especial de saúde pública. Foi
enviado a Belém do São Francisco, lá chegando em plena festa da padroeira,
nossa senhora do patrocínio, no dia 29 de novembro de 1952.
Sendo médico e solteiro, apesar de levemente calvo, foi muito assediado pelas
senhoritas da época. Seu olhar, no entanto, voltou-se para Olindina de Sá
Roriz, moça prendada e educada no colégio mª auxiliadora, em Petrolina.
Casaram-se, e dessa união nasceram cinco filhos: Dinalva, Paulo, Maria
Olindina, Jairo e Álvaro Júnior.
Trabalhou em Belém durante 35 anos. Médico dedicado, não existia nem dia, nem
hora, para atender seus pacientes. Além do expediente corriqueiro na Fiesp, o
terraço da sua residência transformava-se frequentemente em consultório, à
noite, e, principalmente, aos sábados, por ser o dia da feira. Quando saía
caminhando pela cidade, vê-lo parado, conversando com alguém, era fato mais que
natural: tratava-se de uma consulta, ou de um papo qualquer. O sol forte do
sertão não impedia esse contato com o povo.
Seu sacerdócio médico não se limitava à cidade de Belém. Quando solicitado, nao
media esforços, para, a qualquer hora do dia ou da noite, prestar atendimento
gratuito aos casos de emergência, nas diversas ilhas do município, bem como nas
localidades próximas, como barra do Tarrachil, Macururé, Rodelas, Chorrochó.
Álvaro, como médico, e Olindina, como professora, não tiveram as mesmas
dificuldades dos seus pais, porém, não eram ricos. Necessitaram economizar,
para ter a sua casa própria, e educar seus filhos na capital.
Atingiram esse objetivo e foram além do planejado: compraram a fazenda
brandôes, sem o menor espírito empreendedor. Talvez existisse em Olindina, uma
grande vontade de preservar suas raízes, e a luta do seu pai, Zeca Roriz.
Há 8 anos o casal reside em recife, para melhor cuidar da saúde; deixaram, com
certeza, no fértil solo belemita, a primeira semente da agrodan.
Em 1987, Álvaro deu apoiou incondicional aos seus filhos, para a implantação de
um projeto de irrigação de 40 ha, na fazenda brandões, composto de uva, manga e
banana. Para isso, ele tirou, em seu próprio nome, um financiamento no banco do
brasil, dando como garantia todo patrimônio construído ao longo de sua vida:
uma casa, um apartamento e a fazenda brandões.
Álvaro, Olindina e os filhos, não tinham a real dimensão do risco que estavam
assumindo, ao apostarem todas as fichas numa atividade totalmente desconhecida
por todos, uma vez que os filhos eram professores, engenheiros e médicos; nunca
tinham tido qualquer intimidade com o campo. Além desse aspecto, o ambiente
econômico do Brasil era totalmente desfavorável a qualquer investimento, pois a
inflação, àquela época, estava no patamar de 15 a 20 % ao mês, em um
determinado mês chegou a atingir 84%, e o financiamento era para ser pago com
100% da correção monetária.
A família deixou de focar os riscos, e concentrou todos os esforços, e também
todos os salários, na implantação correta do projeto, acreditando que o mais
importante, naquele momento, era colocar a fazenda para produzir bem, pois essa
era a condição básica para poder pensar em pagar a dívida. Acreditava, também,
que um trabalho sério sempre leva ao sucesso; que lá na frente a recompensa
viria, contando com a grande ajuda divina, a dívida seria paga. Para isso não
faltaram, além do trabalho dedicado, as inúmeras orações poderosas, promessas,
e, principalmente, um forte pensamento positivo de Olindina, e, àquela altura,
de alguns filhos!
A inflação galopante, porém, tirava as noites de sono de Álvaro, pois,
diariamente, ia ao banco acompanhar a evolução da dívida. Um certo dia ele
falou aos filhos, que só acreditava que a dívida seria paga, se a uva fosse de
ouro. Álvaro foi então aconselhado pelos filhos, a parar de acompanhar o
crescimento da dívida, relaxar, e aguardar os resultados, pois a preocupação em
nada iria ajudar naquele momento.
O projeto foi então implantado, com muita dificuldade financeira para pagar as
despesas do dia-a-dia. Em 1990, iniciou-se a colheita das primeiras mangas; foi
quando todos se deram em conta de que tinham acertado na escolha da fruta, a
manga, pois, apesar da mesma não ser de ouro, era vendida, àquela época, a
preço de ouro.
A rentabilidade era tão elevada, que com a segunda safra, em 1991, a dívida foi
paga integralmente em 12/11/1991. Foram 33.861.155,58 cruzeiros pagos com 3
anos de antecedência do vencimento final, com o objetivo de dar a tranquilidade
necessária a Álvaro e Olindina, de que o patrimônio deles estava a salvo.
A agrodan superou então esse desafio inicial, ao pagar uma dívida quase que
impagável. A partir desse momento, precisaria ter eficiência e trabalhar com
afinco, para sobreviver num mercado, que se tornaria cada vez mais competitivo.
Para isso, seria necessário crescer, para conquistar mercados mundo afora.
Comprou novas áreas, fez parcerias com pequenos produtores, investiu em
tecnologia, preservou o meio ambiente, gerou empregos, respeitou e valorizou o
funcionário, cumpriu contratos, priorizou a qualidade, criou credibilidade
junto aos funcionários, fornecedores, bancos e aos clientes internacionais. Por
tudo isso, conquistou, com êxito, o mercado europeu.
A agrodan é hoje a maior exportadora de manga do brasil. Começou em 1991
exportando 3.700 caixas de 4 kg de manga, e em 2012 estará exportando 5.000.000
de caixas, correspondendo a cerca de 20% de toda manga exportada pelo Brasil
para a Europa, e 14% de toda manga exportada pelo Brasil para todo o mundo.
Porém, o mais importante para a agrodan, é ter o reconhecimento do mercado
europeu, de ser a melhor manga do Brasil, e essa reputação é reconhecida por
todos, incluindo os outros exportadores brasileiros.
Atualmente a agrodan emprega cerca de 1.000 pessoas diretamente, todos
devidamente documentados, e pagos religiosamente em dia. Passou 18 anos sem ter
nenhuma causa trabalhista; tem grande peso na movimentação da economia de Belém
e do sertão; enfrenta com competência as condições adversas a que são impostas
pela situação cambial desastrosa do Brasil, causada por uma política de juros,
que favorece apenas os especuladores internacionais, em detrimento da produção.
Com certeza terá um caminho brilhante à sua frente.

O projeto em epígrafe tem por intuito prestar esta justa homenagem a esse
grande homem que foi.

Diante de tais considerações, peço o apoio dos Nobres Deputados para a
aprovação do presente Projeto de Lei.

Histórico

Sala das Reuniões, em 6 de fevereiro de 2018.

Rogério Leão
Deputado


Informações Complementares

Status
Situação do Trâmite: Enviada p/Redação Final
Localização: Redação Final

Tramitação
1ª Publicação: 21/02/2018 D.P.L.: 8
1ª Inserção na O.D.: 08/05/2018

Sessão Plenária
Result. 1ª Disc.: Aprovada com Emendas Data: 08/05/2018
Result. 2ª Disc.: Aprovada c Data: 16/05/2018

Resultado Final
Publicação Redação Final: 17/05/2018 Página D.P.L.: 16
Inserção Redação Final na O.D.:
Resultado Final: Aprovada Data: 21/05/2018


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