Brasão da Alepe

Requerimento 3725/2025

Texto Completo

Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais, que seja formulado um Voto de Aplausos ao Consulado Geral da França em Recife, na pessoa do Cônsul Geral da França em Recife, Exmo. Sr. Serge Gas, em homenagem aos 494 anos da Imigração Francesa em Pernambuco, especialmente na Ilha de Santo Aleixo no município de Sirinhaém.

Autor: William BrIgido

Justificativa

O Voto de Aplausos visa homenagear a primeira imigração Francesa em Pernambuco e no Brasil em 1531. Essa homenagem ao povo francês é mais que merecida, pela Ilha de Santo Aleixo em Sirinhaém, localizada no Litoral Sul do estado ter uma ligação histórica com a França. O próprio nome da ilha e sua existência liga o povo francês a Pernambuco"
História

A presença francesa no Norte-Nordeste do Brasil e especialmente em Pernambuco remonta o ano de 1531. Foi na ilha de Santo Aleixo, localizada no município de Sirinhaém no estado de Pernambuco, que se passou a primeira dominação francesa no Brasil, de março a dezembro de 1531. Quando da ocupação francesa, a ilha foi denominada de Saint-Alexis, pelos franceses.

A referida homenagem é mas que merecida, pela Ilha de Santo Aleixo em Sirinhaém, ter uma ligação histórica com a França. O próprio nome da ilha e sua existência liga o povo francês a Pernambuco.

Em 1531, o navio francês La Pèlerine esteve comandado por Jean Duperet, capitão do La Pèlerine, construiu uma fortaleza provisória no litoral de Pernambuco, na Ilha de Santo Aleixo, município de Sirinhaém, segundo referências de Pedro Calmon (História do Brasil, 1959). Duperet carregou seu navio de pau-brasil e seguiu para a Europa. Deixou a fortaleza guarnecida com 70 homens. Em seu retorno, Pero Lopes, da expedição de Martim Afonso, fizeram eles se retirarem de Pernambuco e o navio La Pélérine foi seguido pelos portugueses, até a costa da Andaluzia. O financiador da expedição francesa, o Barão de St. Blancard, protestou no tribunal de Bayonne, na França, em 1538. O processo original foi publicado por Eugène Guénin (Ango et ses pilotes, d'après des documents inédits, 1865).

Os franceses também governaram alguns territórios no Brasil em várias ocasiões, além da ilha de Santo Aleixo em 1531. A presença francesa no Norte-Nordeste do Brasil e especialmente em Pernambuco remonta o ano de 1531. Foi na ilha de Santo Aleixo, localizada no município de Sirinhaém no estado de Pernambuco, que se passou a primeira dominação francesa no Brasil, de março a dezembro de 1531. Quando da ocupação francesa, a ilha foi denominada de Saint-Alexis, pelos franceses.

A referida homenagem é mas que merecida, pela Ilha de Santo Aleixo em Sirinhaém, ter uma ligação histórica com a França. O próprio nome da ilha e sua existência liga o povo francês a Pernambuco. Os franceses também governaram alguns territórios no Brasil em várias ocasiões, além da ilha de Santo Aleixo em 1531. Os franceses também dominaram a Ilha de Itamaracá, onde construíram uma fortificação, durante 18 dias.

Os franceses estabeleceram feitorias no litoral brasileiro em busca do pau-brasil e outros produtos. Eles também mantinham contatos com os povos indígenas para estabelecer acordos e alianças. Inicialmente dentro da contestação de Francisco I de França ao Tratado de Tordesilhas, ao arguir o paradeiro do testamento de Adão e incentivar a prática do corso para o escambo do pau-brasil (Cæsalpinia echinata), ainda no século XVI evoluiu para o apoio às tentativas de colonização no litoral brasileiro.

Até meados do fim do século XVI a posição de domínio dos franceses na costa setentrional (o que lhes garantia a entrada para a conquista da maior bacia hidrográfica que se conhece dentre todas as existentes) e do extremo leste do continente era muito sólida, com nativos aliados a si prestes a atacar a principal vila exportadora dos portugueses (Olinda).

De acordo com as informações no mapa de Jacques de Vau de Claye ("Le Brésil",1579), a França acalentou um projeto para a conquista do litoral da região Nordeste do Brasil.

Em 1736, a Companhia Francesa das Índias Orientais enviou uma expedição, sob comando do capitão Lesquelin.o arquipélago de Fernando de Noronha foi ocupado pelos franceses de de 1736 até 1738.

Amizade entre a França e Pernambuco vem de longas datas. Um dos 14 teatros- monumento do país, tombado pelo Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1949, o teatro de Santa Isabel representa o primeiro e mais expressivo exemplar da arquitetura neoclássica em Pernambuco. A ideia de construir um teatro público no Recife partiu de Francisco do Rego Barros, o Conde da Boa Vista, que foi presidente da Província de 1837 a 1844. Por isso, ele convidou ao Brasil o engenheiro francês Louis- Léger Vauthier que elaborou e dirigiu o projeto. O teatro foi inaugurado em 1850.
No dia 19 de setembro de 1869, o Santa Isabel seria quase totalmente destruído por um incêndio.

As obras de reconstrução só tiveram início em maio de 1871 e Vauthier foi novamente solicitado, desde a França, para a revisão dos planos de obras e modernização. O teatro de Santa Isabel foi reinaugurado em 1876. Louis-Léger Vauthier administrou a Repartição de Obras Públicas da Província de Pernambuco entre 1840 e 1846, a convite do Conde de Boa Vista. A contribuição de Vauthier para o desenvolvimento urbano da província é imensurável. Entre as várias obras que ele dirigiu durante sua estadia em Pernambuco, como também
após seu retorno a França, o teatro de Santa Isabel permanece seu mais simbólico legado.

Contudo, a herança de Louis-Léger Vauthier não é somente técnica, ela é também ideológica. O jovem engenheiro contribuiu para divulgar no Brasil as ideias que reinavam na França e na Europa naquela época, especialmente o socialismo de Charles Fourier. É por essa razão que Gilberto Freyre declarou que Vauthier era um
1“engenheiro de pontes e ideias”. O sociólogo brasileiro se interessou por esse Francês e pelo seu jornal íntimo e até publicou um livro intitulado Um engenheiro francês no Brasil que retrata o percurso de Vauthier e sua herança. Em outubro de 1860, foi circulada uma carta da França para Pernambuco, de acordo com a Convenção Brasil-França de 1860. As relações diplomáticas entre Brasil e França datam de um período longínquo, apresentando diversos momentos pontuais, como quando a França reconheceu nossa Independência, ou em 1945 quando foi estabelecida uma nova relação bilateral.

A parceria entre Pernambuco e a França tem gerado frutos nos últimos anos, como investimentos de empresas francesas no Nordeste e apoio em ações de sustentabilidade, preservação do meio ambiente e várias outras.

No esportes, em especial o futebol, Pernambuco deu a França um dos seus maiores ídolos. Juninho Pernambucano defendeu o Lyon entre 2001 e 2009, conquistando 14 títulos, incluindo o heptacampeonato francês entre 2002 e 2008.
O brasileiro é considerado um dos maiores ídolos da história do futebol francês, sendo o quinto maior artilheiro do clube e responsável pela maior parte das glórias do time no século XXI A relação entre o Brasil e a França é antiga: e abrange diferentes setores. Vai do transporte à energia, passa pela indústria, agronegócio, defesa, ciência, saúde e tecnologia. O relacionamento bilateral é considerado próspero. O Brasil e a França têm uma amizade de longa data, que foi intensificada nos últimos anos. Atualmente, são mais de mil empresas francesas instaladas no Brasil.

Para 2025, está marcada a reedição do Ano do Brasil na França. A ideia é o fortalecimento da relação entre os dois países pela preservação do meio ambiente, em nome da pesquisa científica, educação, cultura e defesa.

Hoje, 90 mil brasileiros vivem na França continental e mais de 82 mil na Guiana Francesa. A parceria possibilita a troca de know-how por meio de iniciativas conjuntas, como compartilhamento de recursos materiais, tecnológicos e humanos. O território francês tem mais de 700 quilômetros de fronteira com o Brasil. De acordo com a Embaixada da França no Brasil, há uma relação transfronteiriça, que inclui uma importante cooperação entre a Guiana Francesa e o Amapá para vigilância epidemiológica, segurança, imigração, entre outros.
Há também cooperação com agências de pesquisas, como o Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique ( Inria), o Instituto Pasteur e a Agência Nacional de Pesquisa Francesa (ANRS, na sigla em sefrancês). Três institutos franceses têm representação permanente no Brasil: o CNRS, o IRD e o Cirad.
São mais de 800 acordos de cooperação assinados com universidades e 276 de duplo-diplomas. Por ano, mais de cinco mil estudantes brasileiros vão estudar na França.

Entre os cursos mais procurados estão Engenharia, Informática, Ciências Humanas e Sociais e Línguas. Na saúde, no século 19, houve a colaboração de Oswaldo Cruz e do Instituto Pasteur na criação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Neste ano, a parceria científica resultou na criação do Instituto Pasteur de São Paulo, com a participação da Fiocruz e da USP. São 40 pesquisadores, estudantes e técnicos e dois laboratórios de nível 3 de biossegurança.
O Consulado-Geral da França no estado, tem se destacado com ações e projetos em diversas áreas, principalmente em eventos científicos franco-brasileiros no Nordeste.

Assim, meus caros pares, através das razões, ora apresentadas, resta comprovado e justificado a aprovação do presente requerimento pela ligação histórica da França com a Ilha de Santo Aleixo no município de Sirinhaém no estado de Pernambuco, solicitando assim, o apoio e aprovação dos senhores para essa importante proposição.

Histórico

William BrIgido
Deputado


Informações Complementares

Status
Situação do Trâmite: PUBLICADO
Localização: SECRETARIA GERAL DA MESA DIRETORA (SEGMD)

Tramitação
1ª Publicação: 12/06/2025 D.P.L.: 10
1ª Inserção na O.D.:




Esta proposição não possui emendas, pareceres ou outros documentos relacionados.