Brasão da Alepe

Requerimento 3601/2025

Texto Completo

Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais, que seja realizada uma Reunião Solene no dia 14 de agosto de 2025, em homenagem aos 170 anos do Congrecionalismo Brasileiro, 112 anos da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, e os 58 anos da Aliança as Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil

 

Autor: Joel da Harpa

Justificativa

A Igreja Congregacional no Brasil completa 170 anos, a primeira igreja a pregar para Brasileiros e não sofrer solução de continuidade.

Congregacionalismo é uma forma de governo de igreja no qual a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada igreja local. Era assim que as igrejas na Bíblia se governavam, de forma autônoma . Os problemas das igrejas eram resolvidos nas igrejas com a participação de todos tendo a igreja como última instância. 

O Congregacionalismo se estabelece no BRASIL, a partir dos esforços missionários do médico escocês Dr. Robert Reid Kalley e sua esposa Sara P. Kalley. Desse trabalho surgiu a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil e, depois, por volta da década de 1967, surge a Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil. Outros grupos de práticas congregacionais tamém reconhecem sua dívida para com o Dr. Robert Kalley e sua esposa Sara. Lembramos também que, há outra expressão de congregacionalismo, ligada mais à imigração de alemães pietistas que chegaram pelo o Sul do Brasil, os quais formaram a denominação conhecida como Igreja Evangélica Congregacional Brasileira

Em 1855 o casal de Missionários Robert R. Kalley e Sara P. Kalley, foram responsáveis pela formação da primeira igreja em língua portuguesa no Brasil no período imperial, sendo influentes junto ao Império de D. Pedro II na Educação e Direito civis dos protestantes, foram participantes da luta contra o escravismo e na liberdade religiosa. O Missionário era médico e foi médico do imperador. A primeira igreja formada foi em Petrópolis RJ e a segunda foi em Pernambuco.

A União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, e, a Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil são, em nosso País, as duas maiores denominações que reconhecem em Kalley, seu pai espiritual. Ambas as denominações possuem um estreiro relacionamento selado em modus vivendi. Em 2009 as duas denominações firmaram um acordo para a coordenação do ensino teológico no âmbito nacional que ficou conhecido como O Tratado de Carapibus A União, mantem como documento doutrinário os 28 Artigos da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo, documento produzido pelo proprio Kalley no século XIX. A ALIANÇA, reconhece o mesmo documento como herança histórica, e, lançou no seu 57º Concilio Nacional, a Confissão de Fé Congregacional , uma declaração que tem como base teológica a histórica Declaração de Savoy de Fé e Ordem , onde estão assentadas suas ênfases doutrinárias. 

De acordo com o senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística os congregacionais hoje somam hoje pouco mais de centro e quarenta mil na composição do cenário protestante brasileiro32 e estão presentes em todos os Estados, sendo reconhecidos como um dos grupos do chamado “protestantismo de missão”33 que aportaram no Brasil no século XIX, trazendo significativas contribuições para as conquistas das garantias individuais de liberdade de culto,34 crítica social,35 permissão e reconhecimento aos ministros protestantes à celebração  de matrimônios36 e ao cerimonial fúnebre com liturgias distintas as praticadas pelo catolicismo,37 a inserção da tradição protestantes de evangelização pessoal de caráter conversionista com uso de pregadores e vendedores de Bíblias (colportores) que transitavam entre as áreas urbanas das cidades assim como nas áreas rurais e interioranas também é legado dos congregacionais. Na liturgia a influência é reconhecida, pois estabeleceram o padrão de culto protestante com destaque na música sacra fortemente marcada pelo uso dos “Salmos & Hinos”, hinário com canções devocionais usado nos cultos congregacionais e que passou a ser utilizado por outras tradições protestantes durante quase todo o século XX.

O congregacionalismo, tem sua ênfase no indivíduo, na consciência, na liberdade eclesiástica e na autonomia administrativa, revela-se como uma versão religiosa da emancipação do indivíduo e da experimentação prática de determinadas revoluções sociais pelas quais a Europa vinha testemunhando em outros locais.

A importância dos congregacionais não está vinculada apenas à história da fé cristã protestante. Limitar suas ações somente à História da Igreja seria um equivoco, pois como atores sociais dentro de um contexto histórico específico os congregacionais com a sua experimentação eclesiástica foram representantes, dentro de um arcabouço religioso, de uma verdadeira Teoria Social. O congregacionalismo representou a aplicação e desenvolvimento do homem livre, o emancipado que compreende que a despeito de participar ou colaborar com instituições, pode e deve tomar para si suas responsabilidades e destinos sem esperar que agências mediadoras façam por ele.

Nesse sentido, que acreditamos ser justo e oportuno a aprovação desta reunião solene para homenagear os 170 anos do Congrecionalismo Brasileiro, 112 anos da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil e dos 58 anos da Aliança as Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, bem como, a todos os demais grupos de prática congregacioal em nosso País.

 

Histórico

Joel da Harpa
Deputado


Informações Complementares

Status
Situação do Trâmite: SITUACAO_APROVADA
Localização: SECRETARIA GERAL DA MESA DIRETORA (SEGMD)

Tramitação
1ª Publicação: 27/05/2025 D.P.L.: 22
1ª Inserção na O.D.: