
Oposição teme pela segurança dos foliões. Foto: Jarbas Araújo
A segurança pública foi novamente tema de embate entre Governo e Oposição na Reunião Plenária dessa terça. A questão girou em torno do policiamento durante o Carnaval. A bancada oposicionista repercutiu o pedido que protocolou ao Governo, pela manhã, de solicitar apoio das Forças Armadas durante o período festivo. O líder da Oposição, Sílvio Costa Filho, do PRB, afirmou temer que este seja um dos carnavais mais violentos dos últimos anos. “O mês de janeiro foi o mais violento dos últimos dez anos. Foi a semana pré-carnavalesca mais violenta dos últimos dez anos em Pernambuco. O que está sendo feito? ‘Ah, mudamos o comandante.’ Será que está correto?”
Para Edilson Silva, do PSOL, a atual gestão é ineficaz no combate à violência. Ele também criticou a forma como foi aprovado, na Casa, o projeto que tratava do reajuste dos policiais militares e bombeiros, deixando a categoria insatisfeita e desmotivada. “O Governo atropela a Associação, atropela o regimento da Casa, atropela a Oposição, não respeita ninguém, e quer levar as coisas no peito e na raça?”
Joel da Harpa, do PTN, criticou o decreto expedido pelo Poder Executivo obrigando os policiais a trabalharem durante o período de folga, uma vez que a adesão ao chamado PJES – Programa de Jornada Extra de Segurança – não deve ser obrigatória. Já Priscila Krause, do Democratas, afirmou que há tempos a Oposição vem tentando dialogar com o Governo para buscar soluções conjuntas para a segurança, mas nunca obtém respostas.

Governo reage a pedido de convocação da Força Nacional. Foto: Jarbas Araújo
Em contraponto, Ricardo Costa, do PMDB, destacou que mais de 30 mil efetivos das Polícias Civil, Militar e Científica, Corpo de Bombeiros e Grupamento Tático estarão nas ruas durante o Carnaval. O líder do Governo, Isaltino Nascimento, do PSB, considerou que a solicitação dos oposicionistas demonstra uma falta de confiança na polícia estadual. O parlamentar afirmou que eles não estariam preocupados de fato com a segurança da população, mas sim, politizando a questão e torcendo pelo pior. “Na prática, está se fazendo uma ação para dizer: ‘A Oposição apresentou alternativa, que era a chegada da Força Nacional. O Governo não foi e não agiu dessa maneira; não atendeu ao clamor da Oposição. Por isso que o Carnaval malogrou.”
Para Waldemar Borges, do PSB, o Governo aceitar a proposta da Oposição significaria dar fundamento ao discurso de que não tem capacidade para resolver o problema. “Não entendo essa sugestão como uma proposta efetiva para enfrentar o problema da segurança. Acho, sim, pelo que eu vi, não é nem a questão ideológica, acho que é a luta política mais rasteira.”
Lucas Ramos, também do PSB, e Rodrigo Novaes, do PSD, endossaram as palavras dos colegas. Terezinha Nunes, do PSDB, destacou que tem ido a diversos blocos carnavalescos, e garantiu que há policiamento ostensivo nas ruas.
Na reunião plenária, sete deputados se inscreveram para falar durante o Tempo de Liderança. Governistas deixaram o Plenário, e a atitude foi criticada pelos deputados da Oposição. Para eles, o gesto demonstrou a falta de boa vontade em debater o problema.