Professores da Universidade de Pernambuco estiveram na Assembleia Legislativa, nesta quarta, para defender a reestruturação do plano de cargos, carreiras e vencimentos da categoria. Em audiência pública promovida pela Frente Parlamentar em Defesa da Enfermagem, eles alegaram que a dificuldade de progredir vem levando profissionais capacitados a deixar a instituição. Representante da categoria, o professor Demócrito Miranda resumiu as reivindicações da categoria.
“O pleito principal é discutir e rever o PCCV inteiro, que tem várias questões a serem corrigidas. E a gente tem algumas questões, outros pleitos mais emergenciais. É a criação da função do professor titular de carreira, alguns ajustes que precisam ser feitos nos critérios de progressão do professor adjunto para o associado, e também uma correção salarial no cargo de professor titular atualmente existente, porque tem dez vagas na universidade que ainda são para professores titulares concursados.”
De acordo com Miranda, os critérios exigidos para que um professor adjunto se torne associado praticamente impedem a progressão. Atividades de extensão e gestão universitária, por exemplo, não são valorizadas. Já a criação da função titular de carreira permitiria que mais docentes pudessem atingir o mais alto nível acadêmico por meio de progressão. Hoje, apenas 10 profissionais do quadro da UPE são professores titulares. Ingressaram por meio de concurso próprio realizado há 23 anos. E mesmo os que hoje são titulares reclamam de distorção, pois recebem menos do que professores que estão abaixo na carreira.
Vice-reitor da universidade, José Roberto Cavalcanti defendeu uma revisão global da legislação que trata dos docentes da instituição. Segundo ele, como a UPE é fruto da agregação de várias unidades de ensino no ano de 1991, diferentes regras passaram a compor o plano de cargos, que teria se tornado “uma colcha de retalhos envolvendo muitas leis e decretos”.
Secretário executivo de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Kenys Bonatti registrou que o Poder Executivo já lançou uma portaria para instituir o grupo de trabalho responsável por discutir a revisão do PCCV. “A publicação, a edição da portaria que institui o grupo de trabalho é uma sinalização de que o Governo está olhando com interesse, com carinho e com cuidado para a Universidade de Pernambuco, e acho que está aqui na Alepe a discussão é sempre bem-vinda, faz com que a gente consiga ter as diversas percepções das necessidades que a instituição precisa.”
Coordenador da frente parlamentar que promoveu a audiência pública, o deputado Gilmar Júnior, do PV, anunciou um novo debate, ao longo dos próximos meses, para acompanhar as discussões levantadas pelo grupo de trabalho que vai rever o PCCV. “Nós reunimos os professores mais renomados, os pesquisadores mais importantes, muitos deles de renome internacional para discutir a carreira do professor universitário. Então, a Alepe dá um passo à frente na valorização do professor universitário, no desenvolvimento de uma educação de qualidade e também nessa articulação entre os professores e o Governo do Estado.”
As deputadas Rosa Amorim, do PT, e Dani Portela, do PSOL, registraram a necessidade de garantir mais orçamento para a UPE.