O repasse de verbas do Governo Estadual para a Prefeitura do Recife foi questionado por deputados da Oposição em Plenário, nessa quarta. O líder da bancada, Sílvio Costa Filho, do PRB, apresentou dados que apontam, segundo ele, grande diferença entre os valores transferidos para o Recife desde o início da gestão Paulo Câmara. Em 2015, o valor teria sido cerca de R$ 2 milhões. Já no ano seguinte, de eleição municipal, a quantia teria subido para R$ 100 milhões. Segundo o oposicionista, o dinheiro foi empregado na conclusão de obras da campanha política, como o Hospital da Mulher e Operação Tapa-Buraco. Costa Filho acusou o governador de abuso de poder econômico para ajudar a eleger o prefeito do Recife, companheiro de partido. “De janeiro de 2016 a junho de 2016, R$ 60 milhões para beneficiar o seu aliado político. De janeiro a 31 de julho de 2017, R$ 458 mil. É um equívoco do governador Paulo Câmara de só querer beneficiar o povo do Recife no período eleitoral.” 

Sílvio Costa Filho também relatou disparidade em repasses obrigatórios, como a verba do Fundo Municipal de Saúde. Ele afirmou que em 2015 e até agora em 2017, o Governo não repassou nenhum valor, mas no ano da eleição, foram R$ 21 milhões. Edilson Silva, do PSOL, afirmou que os dados não condizem com a política de contingenciamento anunciada pelo Poder Executivo. Priscila Krause, do Democratas, cobrou posicionamento da Prefeitura do Recife diante do não-repasse das verbas que são de direito. O líder da bancada governista, Isaltino Nascimento, do PSB, defendeu a gestão e ressaltou que a capital pernambucana tem projetos partilhados com o Governo do Estado. “Todos os 184 municípios pernambucanos têm ações do nosso Governo. Portanto, as UPA’s são uma ação estratégica da saúde, como é a primeira UPA especializada no Arruda. Foram dois Compaz constituídos com o apoio do nosso Governo estadual, como uma questão da segurança pública.”

Waldemar Borges, do PSB, afirmou que as críticas são lamentos da bancada de Oposição por terem perdido o pleito municipal, e defendeu a conclusão de obras consideradas importantes para a população. Rodrigo Novaes, do PSD, também apoiou o Governo. Ele lembrou que o governador tem poder para decidir onde fazer investimentos, e que os repasses vão variar de acordo com a necessidade dos municípios.