Aparentemente inofensivas, as serpentinas metalizadas comuns no carnaval e na decoração de festas, são capazes de causar acidentes fatais. Por esse motivo, o item está proibido em Pernambuco.
A lei que impede a comercialização do produto em todo o estado foi sancionada em dezembro de 2024. A iniciativa foi do deputado Álvaro Porto, do PSDB, com o objetivo de evitar tragédias como a que resultou em 16 pessoas mortas e 55 feridos em Minas Gerais, no carnaval de 2011. A serpentina arremessada por um folião provocou um curto-circuito. No réveillon de 2025, um morador de Olinda, na Região Metropolitana, sofreu queimaduras moderadas depois de receber uma descarga provocada por uma serpentina que se enroscou na rede elétrica.
Para o gerente de relações institucionais e governamentais da Neoenergia, Rafael Mota, as pessoas não fazem ideia dos riscos oferecidos por um produto tão fácil de ser acessado. “ A Neoenergia reforça que a rede elétrica precisa ser preservada. Então: não pendurar qualquer tipo de adereço na rede elétrica, não subir nos postes, não ficar próximo dos postes de energia. Isso tudo faz com que a gente evite um possível acidente.”
A multa para quem for flagrado vendendo serpentinas metalizadas em Pernambuco pode chegar a 10 mil reais. Ao saber dos riscos, o vendedor Ricardo Pereira passou a apoiar a proibição. “Pensei que era plástico, mas isso aí é metal, né? Se tiver um acidente em um bloco tipo o Galo, cheio de gente e um um fio desse cai? Qual a tragédia que pode acontecer?” Já para o recreador Tio Pimpolho, que trabalha em uma loja do centro do Recife, mais importante que proibir é conscientizar a população. “Tem que avisar. Teria que ter uma certa propaganda, entendeu? Para o pessoal ficar ciente. É um dos acessórios aqui da loja mais vendidos, porque é um dos adereços que dá brilho no carnaval.”
Uma alternativa para decoradores e foliões é a tradicional serpentina de papel: oferece menos riscos e ainda é sustentável para o meio ambiente.