Cobranças de estudantes e professores por melhorias na alimentação escolar foram apresentadas em audiência pública realizada na Alepe, nesta quarta. A reunião foi promovida pela Frente Parlamentar de Combate à Fome, Insegurança Alimentar e Nutricional. Participantes do evento apontaram problemas na variedade e na qualidade da alimentação dos estudantes. A coordenadora do grupo, deputada Rosa Amorim, do PT, pediu que o Governo do Estado cumpra o Programa de Alimentação Escolar para garantir que pelo menos 30% da alimentação dos alunos venha de produtos da agricultura familiar. “Nós avaliamos que pela falta do cumprimento dos 30% da agricultura familiar, seria também uma das razões pelas quais os estudantes não estavam recebendo nem fruta, nem verdura, nem macaxeira, nem inhame, comida que de fato garante a segurança alimentar dos estudantes.”
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação apontaram que, em 2023, o fornecimento pela produção familiar não alcançou nem 10% da merenda ofertada. O vice-presidente do Conselho Estadual de Alimentação Escolar, José Joaquim, afirmou que falta variedade no cardápio. “Tem alunos que dizem no relatório: está aqui, foram cinco dias de frango. Só frango, só frango, não aguento comer tanto frango durante a semana. Mas também ocorreu com a sardinha, ou então com a carne moída, que eles dizem, não é carne moída, é soja, quem é aluno sabe.”
A superintendente do Programa de Alimentação Escolar do Estado, Paula Darling, explicou que a maioria dos problemas ocorreu em 2023, porque não havia editais para aquisição de alimentos da agricultura familiar quando a governadora Raquel Lyra assumiu. Com isso, as compras só voltaram a ocorrer no fim daquele ano. Segundo a gestora, a partir de então, o percentual de oferta chegou a 36%, mas o objetivo é alcançar 70% da merenda produzida por pequenos agricultores. Paula Darling acrescentou que a gestão está atenta às denúncias relacionadas à alimentação nas escolas. “A cada dia estamos mais efetivos em relação a essa fiscalização e estamos trabalhando sim, estamos fornecendo uma uma distribuição, com cronogramas de proteínas e não perecíveis, adequadamente em todo o estado, desde Petrolina a Fernando de Noronha. Nós enviamos tanto os gêneros perecíveis como os não perecíveis também.”
O presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas, Kleyton Pimentel, pediu agilidade para resolver as falhas. “Porque não existe Brasil sem escola pública. Não existe escola pública sem trabalhador da educação e sem estudante. E para manter o estudante dentro da escola, o Governo do Estado de Pernambuco precisa parar de dar desculpa, e começar a solucionar os problemas.”
Para mais informações, acesse www.alepe.pe.gov.br