A Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval em Pernambuco planeja agendar encontros com o Ministério da Casa Civil e o BNDES para garantir a retomada das atividades dos estaleiros pernambucanos. A iniciativa foi anunciada pelo coordenador do grupo, deputado João Paulo, do PT, durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, nesta segunda. O encaminhamento vem no fim do prazo da licitação para compra de oito navios pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, para transporte de GLP – Gás Liquefeito de Petróleo – e amônia.
O prazo para entrega de propostas se encerra em duas semanas. As representantes do Estaleiro Atlântico Sul, Tanielle Cavalcanti, e do Vard Promar, Daianna Souza, defenderam a capacidade técnica das empresas, que atuam na área do Porto de Suape. Mas nenhuma das duas confirmou se irá participar do processo licitatório.
O deputado João Paulo afirmou que os estaleiros estão com dificuldades desde o governo Bolsonaro, mas seguem na negociação com o BNDES. Ele defendeu uma mobilização e articulação política para que as empresas voltem a operar. “Então, as informações que temos é que está num processo de negociação com o BNDES e isso tem trazido um entrave para a retomada da indústria naval em Pernambuco, porque os estaleiros não estão tendo condição de participar dessas licitações e disputar a construção desses navios aqui. Vamos convidar aqui os nossos senadores, a nossa bancada federal e os representantes dos trabalhadores e da empresa para fazer um grande movimento no sentido da retomada da indústria naval no estado de Pernambuco.”
O diretor de Transportes Marítimos da Transpetro, Jones Soares, destacou o potencial da indústria naval para geração de empregos. Segundo o diretor, o programa de construção de navios da Petrobrás e subsidiárias já criou, até agora, 44 encomendas de embarcações, que totalizam 23 bilhões de reais em investimentos e podem gerar 44 mil empregos no Brasil. O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, ressaltou também a necessidade de investimentos sociais e na infraestrutura das cidades impactadas pelo estaleiro.
O debate também teve a participação de sindicalistas, petroleiros, metalúrgicos e professores da área de engenharia naval, assim como representantes do Governo do Estado, da Transpetro e da bancada federal de Pernambuco.