Priscila Krause critica Estado por R$ 86 milhões parados no Fundo de Segurança Pública

Em 06/04/2022 - 16:04
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IPOJUCA – “Tragédia que vitimou Heloísa é resultado da falta de compromisso do Poder Executivo com a segurança e a vida das pessoas.” Foto: Nando Chiappetta

Em discurso na Reunião Plenária desta quarta (6), a deputada Priscila Krause (DEM) voltou a questionar o Governo de Pernambuco por não aplicar os recursos do Fundo Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Fespds). De acordo com ela, há R$ 86 milhões disponíveis para custeio e investimento, mas o Estado é um dos que menos executam verbas repassadas pela União.

A parlamentar citou os episódios de violência em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, após a morte de uma menina de seis anos num confronto entre policiais e suspeitos de tráfico de drogas. “A tragédia que vitimou Heloísa e o medo que as pessoas sentem no dia a dia são resultados da falta de compromisso do Poder Executivo com a segurança e a vida das pessoas”, avaliou.

Krause já havia falado do tema em outubro de 2021, quando havia cerca de R$ 60 milhões no Fundo. E registrou que, desde então, busca uma reunião com o secretário estadual de Defesa Social para tratar do assunto, sem resposta.

Segundo ela, em valores atualizados, foram repassados desde 2019 pelo Fundo Nacional de Segurança Pública R$ 92,7 milhões, dos quais apenas R$ 7 milhões foram utilizados. “Há R$ 86 milhões parados, prontos para serem direcionados a investimentos na área de segurança e que precisam ser usados até dezembro, sob pena de perdermos essas verbas”, alertou.

A deputada pontuou que o percentual de utilização desses recursos em Pernambuco é inferior ao de outros Estados do Nordeste, como Ceará, Sergipe, Maranhão e Piauí. “É um dinheiro importantíssimo. Pode ser empregado na modernização de unidades policiais ou do centro integrado de operações, assim como em programas de inteligência”, reforçou.

Em aparte, o deputado Antonio Coelho (DEM) repudiou “a grave negligência do Governo na execução do Fespds”, além da “falta de comando e pulso do governador Paulo Câmara”. Para Romero Sales Filho (PTB), o Estado “tem o costume de anunciar ações só depois que a tragédia acontece”. “Ipojuca é um exemplo de como os pernambucanos agonizam sem uma política de segurança pública que os proteja”, agregou Coronel Alberto Feitosa (PL).