
BRASÍLIA – “Participamos do evento pelo segundo ano. De Pernambuco, havia oito etnias”, destacou Jô Cavalcanti. Foto: Evane Manço
A deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), esteve em Brasília (DF) na semana passada para apoiar a mobilização dos povos indígenas. O acampamento Luta pela Vida reúne cerca de 6 mil pessoas de 60 etnias na Esplanada dos Ministérios desde o último dia 22. “Participamos do evento pelo segundo ano. De Pernambuco, havia oito povos”, destacou, em discurso na Reunião Plenária desta quinta (2).
“Os povos originários lutam pela terra desde que o Brasil foi descoberto e, em 2021, o pedido do julgamento do chamado marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi o ponto alto da manifestação”, explicou a parlamentar. Em 2019, a Corte reconheceu a repercussão geral do Recurso Extraordinário 1.017.365, que discute uma reintegração de posse movida contra o povo Xokleng, em Santa Catarina.
“Isso significa que a decisão tomada nesse julgamento terá consequências para todos os povos originários do Brasil. O STF poderá solucionar os conflitos envolvendo terras indígenas e dar um alívio às comunidades que se encontram pressionadas por empresários e latifundiários”, prosseguiu a psolista.
Jô Cavalcanti lembrou que a audiência do caso foi retomada nessa quarta (1º). Ela afirmou que “a sociedade espera uma decisão favorável aos povos indígenas”. “A liberdade e o bem-estar dessa comunidade estão relacionados à manutenção da fauna e flora do Brasil. Defendamos a causa”, enfatizou.
Manifesto Geração 68
No tempo destinado à Comunicação de Lideranças, a psolista leu uma carta do Movimento Geração 68, um manifesto de intelectuais e militantes que lutaram contra a ditadura militar nos anos 1960 e 70. O documento pede a retomada do auxílio emergencial de R$ 600 e a “interdição do governo do presidente Jair Bolsonaro”.
“Todos sabemos que o maior aliado da propagação do vírus da Covid-19 é o atual presidente da República e sua gestão. Ele tornou o Brasil um ‘berçário’ de variantes do coronavírus e uma ameaça não apenas para a nossa população, mas ao mundo inteiro”, denuncia o texto. A mensagem foi entregue à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), à Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e à Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB).
Entre as personalidades que assinam a carta estão a economista pernambucana Tânia Bacelar e o ex-vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz. Também subscrevem os jornalistas Hélio Doyle, Cid Benjamin e Fernando Gabeira, o ex-jogador de futebol Afonsinho, a cineasta Lucia Murat, a historiadora Dulce Pandolfi e a atriz Renata Sorrah. “Se, em 1968, gritávamos ‘Abaixo a Ditadura!’, hoje gritaremos em alto e bom som que ‘Ditadura Nunca Mais!’”, conclui o manifesto.