HOMENAGEM – “Ele tinha uma ética inflexível e, ao mesmo tempo, capacidade e disposição para o diálogo e a conciliação”, registrou Priscila Krause. Foto: Evane Manço
A trajetória de Marco Maciel, falecido aos 80 anos no último sábado (12), foi exaltada pelos parlamentares na Reunião Plenária desta quinta (17). O advogado pernambucano iniciou a carreira política na Alepe em 1966, chegando ao Governo do Estado (1979-1982) e à Vice-Presidência da República (1995-2003). Também presidiu a Câmara dos Deputados e representou o Estado no Senado Federal – último mandato que ele exerceu, encerrado em 2011.
O legado de Maciel motivou discurso da deputada Priscila Krause (DEM) no Grande Expediente. Ainda foi registrado um Voto de Pesar assinado por todos os parlamentares da Casa. “Em um cenário manchado por inverdades, suspeitas e insultos que esvaziam o sentido da política, sentimos falta das convicções liberais e humanistas demonstradas por ele”, observou a democrata.
Para Priscila, a homenagem da instituição resume a vida pública de “um homem que fez da política um sacerdócio”. “Maciel tinha uma ética inflexível e, ao mesmo tempo, capacidade e disposição para o diálogo e a conciliação. Mesmo em meio a disputas eleitorais, mantinha o cuidado de jamais deslegitimar os oponentes e de valorizar os pontos que poderiam levar a uma convergência”, registrou a parlamentar.
A deputada salientou que opositores históricos, como o deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE) e Eduardo Suplicy – ex-senador e atual vereador do PT pela cidade de São Paulo (SP) – renderam homenagens a Marco Maciel. O deputado estadual José Queiroz (PDT), que concorreu com ele no pleito para o Senado em 1990, aproveitou para lembrar que, “mesmo numa eleição conturbada como aquela, nenhum ressentimento surgiu”. “Era um sujeito caracterizado pela fidalguia”, disse.
CARÁTER – Para Tony Gel, “era um líder que sempre buscava estar disponível para servir ao Brasil e a Pernambuco”. Foto: Evane Manço
A democrata citou uma frase do pai dela, o ex-ministro Gustavo Krause: “Ele diz que Marco Maciel foi o ser humano menos imperfeito com quem conviveu nas últimas cinco décadas. Resta a saudade imensa e a responsabilidade de fazer política do jeito que ele fez: utilizando a liberdade por um Brasil e um Pernambuco melhor”.
Outros parlamentares destacaram a civilidade e seriedade de Marco Maciel. “Era um líder que sempre buscava estar disponível para servir ao Brasil e a Pernambuco. Era alguém que conseguia se impor, mesmo sendo incapaz de levantar a voz”, sentenciou o deputado Tony Gel (MDB).
O deputado Romário Dias (PSD) recordou programas sociais e o esforço de Maciel pela construção do Porto de Suape quando governador. “Não foi ele quem perdeu a eleição para senador em 2010, mas foram Pernambuco e o Brasil que perderam o melhor articulador político que tinham”, assinalou. “Tenho certeza de que, se não tivesse sido acometido pelo Mal de Alzheimer, teria construído pontes que não permitiriam que o Brasil chegasse ao cenário de hoje.”
Pesar
MEMÓRIA – Romário Dias relembrou programas sociais e esforço por construção do Porto de Suape. Foto: Evane Manço
Na abertura da Reunião Plenária, os parlamentares fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao prefeito de Lajedo (Agreste), Adelmo Duarte. O gestor faleceu nesta quarta (16), vítima de infarto, enquanto participava de um encontro de trabalho. José Queiroz, que presidia a sessão, manifestou pesar, lembrando a convivência na época em que o político exerceu mandatos na Alepe.
“Lamento profundamente mais essa perda no mundo político do Estado. Adelmo era uma pessoa muito querida por todos e a política foi uma missão de vida para ele”, pontuou o pedetista. Duarte ocupou por duas vezes o cargo de deputado estadual e estava no terceiro mandato como prefeito de Lajedo. Em 2020, foi eleito com mais de 11 mil votos. “Foi uma das pessoas mais gentis que eu conheci”, saudou Priscila Krause, no que foi acompanhada por Romário Dias e Diogo Moraes (PSB).
