Dia da Mentira: João Paulo relembra “farsas” da história brasileira

Em 01/04/2021 - 17:04
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OPORTUNIDADE – “Mentira causa dor e sofrimento. É capaz de mudar países, trajetórias de vida, provocar mortes e até genocídio”, alertou o deputado. Foto: Roberta Guimarães

O deputado João Paulo (PCdoB) fez menção a diversos episódios da história do Brasil ao registrar o Dia da Mentira, celebrado neste 1º de abril. “A data, que nasceu de uma brincadeira despretensiosa, é uma oportunidade para nos lembrar que a mentira causa dor e sofrimento. E que é capaz de mudar países, trajetórias de vida, provocar mortes e até genocídio”, disse o comunista em discurso na Reunião Plenária.

A Abolição da Escravatura, em 1888, foi um dos momentos citados por ele. Na avaliação do parlamentar, a adesão a um novo modelo internacional de trabalho, sem medidas para melhorar as condições sociais dos libertos, não trouxe uma melhora expressiva na vida da população negra. “A falsa abolição está na base de nossa secular desigualdade social”, afirmou.

O deputado mencionou, ainda, o uso de um fictício plano comunista de tomada do poder, por Getúlio Vargas, para instaurar a ditadura do Estado Novo em 1937. De acordo com João Paulo, o próprio Vargas e os presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart (Jango) seriam alvo do que hoje se chamaria de fake news. Em 1964, “o medo infundado do comunismo”, segundo ele, novamente serviria de pretexto para deposição de Jango e bloqueio das chamadas reformas de base.

O deputado do PCdoB também atribuiu a mentiras o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, e chamou de “farsa jurídica” o processo que levou à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Abriram-se as portas para a aberração deste desgoverno genocida que deixa os brasileiros morrerem sem vacinas, recursos para cumprirem o isolamento social, leitos de UTI e informações verdadeiras”, criticou.

João Paulo fez alusão ao levantamento da agência de checagem Aos Fatos, que contabiliza 2.644 afirmações falsas ou distorcidas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro em pouco mais de 24 meses de governo. “Nos últimos anos, a mentira virou rotina no Brasil, como se, a partir da vontade de interesses políticos, fosse possível transformar fantasia em realidade”, apontou.

Em outro pronunciamento, Tony Gel (MDB) fez referência ao 1º de abril: “A mentira não tem forças para enfrentar a verdade. E o tempo é o pai da verdade. Tenhamos paciência”, recomendou. 

Homenagem

João Paulo voltou a se pronunciar no fim da reunião, no tempo destinado à Comunicação de Lideranças, para registrar os 50 anos da Defesa Civil de Pernambuco: “Desde 1971, o órgão age de forma competente e heroica no enfrentamento às grandes calamidades públicas. Integrado por quadros da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e por servidores públicos civis, cumpre o importante papel de gerir os riscos, com o correto gerenciamento de desastres naturais que possam afetar nossa população”, salientou.

O deputado do PCdoB falou, ainda, sobre o lançamento do Programa Defesa Civil Itinerante, em que um ônibus e um trailer serão utilizados em oficinas regionais de capacitação e em ações de orientação e entrega de donativos. “Transmito meus parabéns à Defesa Civil e seus integrantes. A experiência do órgão tem contribuído, ao longo de meio século, para tornar nossas vidas mais seguras”, frisou.

O parlamentar também defendeu que técnicos da Defesa Civil, motoristas do transporte escolar, motofretistas e bancários sejam incluídos no público considerado prioritário para a vacinação contra a Covid-19.