
AVALIAÇÃO – Para Jô Cavalcanti, pressão dos patrões para acabar com função de cobrador contraria princípios da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Foto: Jarbas Araújo
Titular do mandato coletivo Juntas (PSOL), a deputada Jô Cavalcanti fez, durante a Reunião Plenária por videoconferência desta quinta (22), um apelo ao governador Paulo Câmara para que o Estado proíba a dupla função dos motoristas de ônibus no sistema de transporte público coletivo de passageiros.
Para a psolista, sem o cobrador, não apenas os usuários, como também pedestres e ciclistas, ficarão mais expostos a riscos. “Com menos tempo para focar na direção do veículo, o condutor se torna mais sujeito a deslizes ou erros. Uma desatenção no momento errado pode causar acidentes e fatalidades”, frisou.
Na avaliação de Jô Cavalcanti, a pressão dos patrões para acabar com a função de cobrador – encarregando o motorista pela tarefa – contraria princípios da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Isso porque, segundo ela, diminui a eficiência na prestação dos serviços e compromete a segurança nos deslocamentos das pessoas. E este profissional, conforme analisou, cumpre um papel fundamental, inclusive no manejo do equipamento para acesso de cadeirantes.
A parlamentar alertou para o impacto econômico da medida em um momento de altas taxas de desemprego, agravado pela pandemia de Covid-19. A deputada observou que, em Campina Grande (PB), os motoristas obtiveram uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) impedindo a dupla função. E, nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e João Pessoa (PB), assim como no Estado do Paraná, há leis nesse sentido. Ela apoiou, ainda, projeto de lei com esse propósito que tramita atualmente na Câmara Municipal do Recife.
De acordo com a psolista, os rodoviários têm sido pressionados para não protestarem contra a dupla função. “A luta precisa ser abraçada pelos usuários, movimentos sociais e por esta Casa, que é a Casa do Povo, buscando proteger não apenas os trabalhadores, mas toda a população usuária de transporte coletivo”, afirmou.