FUTURO – Iniciativa promovida em parceria com o TJPE visa facilitar a inserção profissional de adolescentes que estão encerrando período nas casas de acolhimento. Foto: Roberto Soares
Oferecer cursos de qualificação e oportunidades de estágio a jovens que aguardam um processo de adoção: esse é o propósito do projeto Alepe Acolhe, lançado pela Assembleia Legislativa, nesta quarta (22), durante Grande Expediente Especial (GEE) em alusão à Semana Estadual da Adoção. A iniciativa, promovida em parceria com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), visa facilitar a inserção profissional e ampliar as perspectivas de futuro de adolescentes que estão encerrando o período de permanência nas casas de acolhimento.
“É com imensa satisfação que formalizamos esse gesto de solidariedade do Poder Público. Nosso objetivo é que, assim como fazem as famílias, a Assembleia acolha esses adolescentes em situação de vulnerabilidade social”, afirmou o presidente da Casa, deputado Eriberto Medeiros (PP). O parlamentar informou que, inicialmente, serão disponibilizadas dez vagas para o programa, cabendo ao TJPE fazer a indicação dos beneficiados e à Escola do Legislativo oferecer cursos de idioma estrangeiro, Português e Informática.
Uma jovem de 16 e outra de 17 anos, acolhidas na Casa Raio de Luz, no Recife, estão entre as primeiras selecionadas e dizem estar com grande expectativa para a oportunidade. “É o início de um projeto de vida para elas. Garante uma formação e a experiência necessária para a inclusão no mercado do trabalho”, afirmou Mauriceia Oliveira, chefe da instituição.
Autor do requerimento do Grande Expediente Especial, o primeiro-secretário da Alepe, deputado Clodoaldo Magalhães (PSB), é um dos mentores do Alepe Acolhe. “Ao fazer campanhas de estímulo à adoção, não podemos nos esquecer daqueles jovens que, por motivos que estão além de seu controle, não encontram famílias que os acolham”, defendeu. “Com esse projeto, estamos trazendo esses menores para o seio da família Alepe.”
Titular da 2ª Vara da Infância e da Juventude do Recife, o juiz Élio Braz afirmou tratar-se de um dia histórico para Pernambuco. “Sou juiz há 25 anos e esta é a primeira vez que vejo um abraço institucional dessa relevância para a causa da adoção”, afirmou. Ele destacou que o programa direciona-se a um grupo preterido no processo, já que a maioria dos pretendentes buscam recém-nascidos ou crianças muito novas. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) confirmam essa realidade. Há, atualmente, cerca de 9,3 mil crianças e adolescentes aguardando por uma família adotiva. Destas, 6,4 mil têm entre sete e 17 anos, o equivalente a 68,8% do total. Em contrapartida, dos 45,2 mil pretendentes registrados no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), apenas 6,7 mil aceitam adotar crianças nessa faixa etária (14,8%).
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Vice-presidente da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), o deputado estadual pela Paraíba, Ricardo Barbosa (PSB-PB), quer que o programa seja exemplo para outras assembleias. “Levarei a proposta para a Paraíba e, por meio da Unale, para outras casas legislativas do Brasil”, garantiu.
“Muitos corações se encontraram para a formulação deste projeto, que visa oferecer oportunidades para aqueles que, ao chegarem à maioridade, precisam sair das casas de acolhimento e enfrentar a rua”, afirmou a assessora da Primeira-Secretaria, Cristiane Alves, que contribuiu para a concepção do Alepe Acolhe.
Também participaram do lançamento do projeto os secretários estaduais de Política Prevenção às Drogas, Cloves Benevides; de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Sileno Guedes; e de Relações Institucionais, Zé Maurício.
Semana – A Semana Estadual da Adoção, mote do Grande Expediente Especial, foi instituída no Calendário Oficial de Eventos do Estado em 2011, com a aprovação da Lei n° 13.349, de autoria da deputada Teresa Leitão (PT). A proposta é de que, neste período, sejam promovidos debates, ações e reflexões sobre o tema.
