
DIRETORIA – Na sexta, também foi eleita a nova mesa diretora da entidade. Os deputados pernambucanos Diogo Moraes, Zé Maurício e Eriberto Medeiros farão parte da composição. Foto: Imprensa/Unale
A 22ª conferência da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) foi encerrada nesta sexta (11), em Gramado (RS), com palestras sobre novas regras eleitorais e fake news, além da eleição da nova diretoria da entidade. Os legisladores estaduais elegeram o deputado Ciro Simoni (PDT-RS) para presidir a Unale durante o próximo ano. A prioridade do parlamentar será garantir a participação dos candidatos às Assembleias Legislativas na distribuição do fundo partidário. Da Alepe, participam da nova gestão Diogo Moraes (PSB), como secretário; Zé Maurício (PP), no Conselho Fiscal; e Eriberto Medeiros (PP), na representação do Conselho Deliberativo.
Do painel sobre as normas para as eleições de 2018, participaram o advogado e ex-presidente da OAB Marcus Vinicius Coelho e o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Henrique Neves. Marcus Vinicius defendeu mais diálogo entre o Legislativo e o Judiciário. Ele ressaltou a necessidade de instituir critérios objetivos para o uso dos recursos do financiamento público das campanhas e criticou a ausência de um limite para o autofinanciamento dos candidatos. “Isso é ruim porque vai beneficiar os candidatos com mais posses”, disse.
O ex-presidente da OAB também criticou a curta duração da campanha neste ano, com apenas 35 dias do início oficial até o primeiro turno do pleito. “Diminuir a campanha tem o objetivo de reduzir o custo da eleição, mas também restringe o debate. Isso é grave porque vamos ter que definir os próximos quatro anos em apenas um mês”, afirmou. Henrique Neves concordou com a observação e criticou a incerteza em relação às normas das eleições deste ano. “As regras não estão postas, há várias ações diretas de inconstitucionalidade ainda em julgamento”, lembrou. Ele argumentou a favor da elaboração de um novo Código Eleitoral com normas mais objetivas.
A segunda palestra desta sexta tratou das fake news nas eleições de 2018 e teve a participação do advogado Marcelo Weik Pogliese e do professor e webativista Gil Giardelli. Pogliesi afirmou que a associação das redes sociais com o uso de robôs e a rastreabilidade dos usuários vêm influenciando as eleições em todo o mundo. Ele alertou para a necessidade da prevenção e investigação como forma de se proteger contra as fake news.
“Com medidas proativas, sem judicialização, é possível tirar notícias falsas de redes como Facebook e Instagram”, informou. Em palestra muito aplaudida pelos participantes, Gil Giardelli falou sobre a urgência em renovar a educação e a política no Brasil a fim de que se adaptem às mudanças tecnológicas. “É necessário um choque de gestão. Estamos à beira de um colapso. Não podemos expulsar a inovação do nosso processo político”, afirmou.