
POSICIONAMENTO – Parlamentar elogiou a postura dos gestores e cobrou que congressistas e ministros pernambucanos também ajam de forma crítica em relação à iniciativa. Foto: Rinaldo Marques
O líder do Governo, deputado Isaltino Nascimento (PSB), foi à tribuna, nesta quarta (6), comentar a carta na qual os governadores dos nove estados nordestinos se posicionam contrários à proposta apresentada pelo Governo Federal de privatizar a Eletrobrás – Centrais Elétricas Brasileiras. O parlamentar elogiou a postura dos gestores e cobrou que congressistas e ministros pernambucanos também se apresentem de forma crítica ao que ele definiu como “entrega do patrimônio público brasileiro”.
No documento, que deverá ser entregue por Paulo Câmara ao presidente Michel Temer, os governadores apresentam seus receios quanto às consequências que a medida poderá trazer para a gestão hídrica da região. “O processo compromete previamente a vazão dos rios necessária à geração da energia contratada, ficando prejudicado qualquer outro uso atual ou futuro. No caso particular do Rio São Francisco, a recorrência de ciclos hidrológicos críticos, como o vivenciado no Nordeste ao longo da presente década, já recomendariam cautela antes de se colocar em pauta qualquer projeto de transferência da operação para investidores privados”, diz a carta lida por Nascimento.
Os governadores entenderam, ainda, que a medida trará, “como consequência imediata e inevitável, um aumento significativo na conta de energia dos brasileiros”. Por isso, pedem mais tempo para debate da proposta e colocam-se à disposição para participar da formulação de uma proposição alternativa. Dentre as sugestões inicialmente indicadas está a exclusão da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), controlada pela Eletrobrás, do processo de privatização. Os governadores propõem, ainda, a criação de um grupo responsável por formular um modelo de governança “transparente e blindado às ingerências políticas e partidárias”, concluiu a carta.
A expectativa de Nascimento é de que o documento “sensibilize o presidente” e reúna, em torno da causa, lideranças políticas pernambucanas. “Esperamos que ministros e representantes da bancada federal pernambucana, que ainda não se posicionaram, apresentem seus entendimentos. Um conjunto de parlamentares da Alepe contrários à medida já planeja, na próxima semana, ações em Brasília e em Petrolina”, informou.