Duas unidades da rede da Sociedade Assistencial Sara Vida receberam, nessa quarta, a visita de representantes da Alepe, do Ministério Público de Pernambuco e da Secretaria Estadual de Saúde. A iniciativa faz parte de um esforço das instituições públicas no combate às drogas. O presidente em exercício da Assembleia Legislativa, deputado Pastor Cleiton Collins, do PP, participou da atividade. Ele é um defensor das comunidades terapêuticas e disse que é preciso diferenciá-las das clínicas de reabilitação. “Comunidade terapêutica é um sítio aberto, portas abertas, não há internação e nem acolhimento involuntário, medicamentoso. Dá uma assistência de terapia para as famílias também. E hoje as comunidades terapêuticas têm apresentado resultado. Mas aí vem com a parceria junto ao Governo, junto aos empresários, para conseguir emprego para essas pessoas, para que elas possam novamente se inserir na sociedade.”
O grupo conheceu o Centro de Acolhimento e Prevenção, na Boa Vista, no Recife, e uma unidade de internamento para mulheres, no Paulista, Região Metropolitana. A ex-dependente química Ana Paula Nunes, de 31 anos, falou aos visitantes sobre a experiência na Sara Vida. Internada na unidade há cinco meses, ela deve sair em agosto. “Me sinto muito pronta para sair. Eu era dependente de loló, de crack, de maconha, de cigarro e de bebida alcoólica. E aqui um zela pelo outro, aqui a gente aprende a amar as pessoas.”
Gerente geral da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária, Jaime Brito informou que já foram encontradas irregularidades em outras comunidades terapêuticas, que funcionavam como serviços de saúde. “A principal irregularidade que a gente vê é de fugir do espírito da comunidade, de tratamento de convivência entre os pares, para ser tratamento puramente clínico, sem adequada estrutura médica e de enfermagem pra fazer esse tratamento.”
O Procurador Geral de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, exaltou iniciativas como a da rede Sara Vida e disse que o combate às drogas deve ter a participação de toda a sociedade. “Nós estamos visitando várias comunidades, vários modelos de combate às drogas. E eu acho que o caminho é esse. O Estado, por si só, não pode ficar só, com esse encargo. A gente hoje fala em mobilização social, porque o problema é de todo mundo.”
Coordenadora do Centro de Acolhimento e Prevenção, Márcia Valle explica o trabalho da entidade junto aos dependentes químicos. “Quando ele chega, ele de imediato faz uma triagem, com o serviço social, para a gente ver quais as necessidades dessa pessoa. E aí ele é encaminhado para a rede de saúde, e a gente recebendo o resultado dos exames, a gente faz o acolhimento residencial.”
Coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça em Defesa da Saúde do Ministério Público estadual, o promotor Édipo Soares informou que existe um Grupo de Trabalho atento às comunidades terapêuticas de Pernambuco. “Dentre as atividades do Grupo, há previsão de fazer algumas visitas para conhecer realidades do trabalho das comunidades e, daí, estabelecer um critério de fiscalização das comunidades terapêuticas.”
Ainda nessa quarta, o presidente da Alepe em exercício, deputado Pastor Cleiton Collins, visitou o estande da Sara Vida na 18ª Fenearte, no Centro de Convenções, em Olinda. O parlamentar aproveitou para visitar outros expositores e destacou a importância da Fenearte na valorização dos artistas pernambucanos.