Dia Estadual do Brincar é lembrado na Alepe

Em 26/05/2017 - 13:05
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INICIATIVA – No encontro promovido pela Frente Parlamentar da Primeira Infância foi ressaltada a importância das brincadeiras infantis na formação do adulto e no desenvolvimento da sociedade. Foto: Henrique Genecy

A importância das brincadeiras infantis na formação do adulto e no desenvolvimento da sociedade foi ressaltada com o lançamento do Guia para Elaboração do Plano Municipal pela Primeira Infância durante audiência pública realizada, nesta sexta (26), pela Frente Parlamentar da Primeira Infância. Por ocasião do Dia Estadual do Brincar, celebrado no próximo domingo (28), e da Semana Mundial do Brincar, o encontro reuniu especialistas da área para debater políticas públicas para essa faixa etária, que vai de zero a seis anos.

“Essas datas criam oportunidades de conscientização sobre a importância do brincar, que é fundamental para o desenvolvimento integral infantil”, declarou a deputada Simone Santana (PSB), coordenadora do colegiado. Na sua avaliação, “se os gestores tiverem um olhar mais atento à primeira infância, colocando a criança no centro das políticas públicas, a sociedade vai evoluir”. Celebrado anualmente no dia 28 de maio, o Dia Estadual do Brincar foi instituído no ano passado, por meio da Lei Estadual n° 15.814/2016, de iniciativa da parlamentar

Coordenador da equipe que elaborou o guia, Vital Didenot integra a Rede Nacional da Primeira Infância, que é uma articulação nacional de organizações da sociedade civil, do governo, do setor privado, e de outras redes que atuam na promoção e garantia dos direitos da primeira infância. Didenot destacou a necessidade de resgate do brincar. “A concepção de que a brincadeira é uma perda de tempo, que não ensina nem constrói, é muito negativa para o desenvolvimento da criança.” Também frisou a responsabilidade dos gestores de abrirem espaços públicos para o brincar, por exemplo, com a construção de praças e a adequação de creches e escolas.

A repercussão na sociedade de uma infância com brincadeiras foi destacada pelo secretário-executivo de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude em Pernambuco, João Suassuna. “A experimentação de vários papéis sociais por meio do faz de conta permite que a criança tenha uma maior noção de respeito pelos outros e por ela mesma”, ponderou.

Implementação – Representantes de 14 municípios (RMR: Araçoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Recife; Mata Norte: Buenos Aires, Camutanga, Chão de Alegria, Nazaré da Mata e Vicência; Mata Sul: Barreiros e Palmares; Agreste Setentrional: Feira Nova e Passira) participaram do debate e elencaram as dificuldades que sofrem para conseguir suprir as necessidades das crianças na Rede de Educação e implementar o Plano Municipal pela Primeira Infância.  “Nós professores assumimos a função de dirigentes municipais com vontade de fazer diferente, mas ficamos frustrados com o entrave da questão financeira”, declarou Andreika Asseker, secretária de Educação de Igarassu (RMR).

A gestora avaliou, ainda, que “os cofres municipais ficam sobrecarregados com a atual divisão de responsabilidades da educação”. “Como vamos conseguir dar alimentação adequada com apenas R$ 1,07 de repasse para alimentação das crianças?”, questionou Andreika. Da Rede Estadual da Primeira Infância, a psicóloga Valéria Aguiar defendeu que “a sociedade civil precisa tomar em mãos a demanda da primeira infância, que não pode ficar só a cargo dos gestores municipais”.

A situação dos filhos de mulheres encarceradas foi abordada pela defensora pública Giovanna Pessoa: “Os bebês, por exemplo, ficam na prisão até os seis meses sem nenhum acolhimento especial. É uma pauta urgente ter um olhar mais sensível para essas crianças que começam a vida de maneira tão vulnerável”, frisou.

Representando o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Lis Ramos defendeu a periodicidade desse tipo de audiência pública e observou a necessidade de os Planos de Educação, Nacional, Estaduais e Municipais, estarem comprometidos com a primeira infância. “A escola da forma como está sendo pensada hoje está deixando de lado o espaço da brincadeira”, apontou. Nesse sentido, Cida Freire, do Fórum em Defesa da Educação Infantil de Pernambuco (Feipe), falou sobre a falta de brinquedotecas e parques nas escolas: “Na Rede Estadual, 47,1% não têm brinquedos”.