Portadores de deficiência física que prestavam serviços à Telemar e foram dispensados, desde o último dia 20 de março, compareceram à audiência pública da Comissão de Defesa da Cidadania para protestar contra as demissões. Ao todo, eram 136 pessoas, integrantes da Federação Cristã de Deficientes (FCD), que atuavam nos serviços 101, 102, 103 e 144, desde julho de 1997, quando foi firmado um convênio entre a instituição filantrópica e a Telpe.
O gerente de Recursos Humanos da FCD, Sérgio Ricardo Sá, criticou as justificativas que vêm sendo apresentadas pela superintendência da Telemar para o afastamento dos trabalhadores deficientes físicos. “Tem se falado que o 102 (informações) era o campeão de reclamações e, por isso, foi transferido para Salvador. Ora, como poderia funcionar plenamente se deixaram apenas 50 deficientes operacionalizando o serviço?”, indagou.
Sérgio Sá explicou que o convênio previa a contratação de 257 integrantes da FCD. No entanto, apenas 136 foram admitidos e exclusivamente para atuar no 102.
“O problema é que começaram a relocar o pessoal para outros serviços, como o 101, 103 e 144, deixando um grande déficit no setor de informações”.
O gerente observou, inclusive, que, em dezembro passado, a Telemar contratou estagiários para suprir essa carência e, a partir de então, os indicadores de atendimento chegaram a 98%. “Isso é uma prova de que, se o serviço não funcionava, era por falta de pessoal”, ressaltou, lembrando estar previsto na Constituição que as empresas devem destinar 5% de suas vagas a portadores de deficiência.
O líder do PSB na Assembléia, deputado Pedro Eurico, da Comissão de Defesa da Cidadania, pediu que essas demissões sejam revistas, assim como o retorno dos serviços 102 para Pernambuco. O diretor de Suporte da Telemar, Jairo Borges, garantiu à FCD que alguns deles serão novamente contratados para outras áreas, como telemarketing. “Não aceitamos essa colocação de que demitimos. Apenas rescindimos o contrato com a FCD, em virtude da transferência do 102 para Salvador”, argumentou. (Cláudia Lucena)
