Transporte alternativo é tema de debate no Poder Legislativo

Em 13/05/1999 - 00:05
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A Comissão de Negócios Municipais deu início, ontem pela manhã, à série de debates sobre a regulamentação do serviço de transporte alternativo em Pernambuco, objeto do Projeto de Lei nº 92/99, do deputado Paulo Rubem Santiago (PT). Os deputados ouviram, ontem pela manhã, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setrans), Alfredo Bezerra Leite, e agendaram a próxima audiência pública para o dia 19, quando virão à Assembléia representantes do Sindicato dos Kombeiros.

Segundo Bezerra Leite, a avaliação do sistema de transporte coletivo deve passar por três critérios: economicidade, ocupação espacial e regularidade do transporte. “A meta é transportar mais passageiros, com custos mais baixos”, revelou. Atualmente, 18 empresas operam com 2.600 ônibus no Grande Recife. O empresário admite, entretanto, que o funcionamento do setor vem sendo ameaçado pela operacionalização dos serviços alternativos.

De acordo com o Setrans, houve uma redução de 12,41% na demanda diária de passageiros entre 1994 a 1998. Bezerra Leite credita essa retração ao advento do transporte alternativo, “que vem provocando o desequilíbrio econômico do sistema de transporte coletivo”. Para o diretor executivo do Setrans, Antônio Carlos Perrucci, o problema não está na falta de regulamentação, mas na ausência de fiscalização do serviço de kombis, “que se instalam nos trechos das linhas de ônibus nos horários mais rentáveis”.

Aliado nas reivindicações dos kombeiros, o vereador Clóvis Corrêa (PPB) admitiu que o transporte alternativo existente está longe do ideal, mas lembrou que o mesmo surgiu em função das necessidades dos usuários. “O que interessa é saber por que o povo usa”, assinalou, sustentando que problemas como imprudência dos motoristas e má conservação dos veículos devem ser resolvidoS com a regulamentação. “Os kombeiros não querem concorrer com os empresários, mas também não se deve tirar a oportunidade dos pequenos oferecerem uma alternativa de transporte aos passageiros”, ponderou. (Simone Franco)