O auditório da Assembléia Legislativa de Pernambuco ficou pequeno, na manhã de ontem, durante a audiência pública promovida pela Comissão de Defesa da Cidadania para discutir os problemas do lixão de Aguazinha, em Olinda. Mais de 200 pessoas das comunidades residentes na área do aterro sanitário, incluindo moradores de Jardim Brasil V, compareceram à AL e reivindicaram soluções para melhorar as condições de vida no lugar.
O deputado João Paulo (PT), presidente da Comissão, destacou os graves problemas de saúde enfrentados por essa população, causados principalmente pela queima quase que diária do lixo. Recentemente, o parlamentar pôde constatar a difícil situação dos moradores, pois esteve no aterro sanitário, acompanhado dos deputados João de Deus (PTB), Luciana Santos (PC do B), e dos vereadores de Olinda Marcelo Santa Cruz (PT) e Pedro Mendes (PSB).
“Pudemos sentir na pele o que é essa poluição respirada pela comunidade de Aguazinha, tanto que o deputado João de Deus passou mal e eu saí com dor de cabeça”, disse João Paulo. Na visita, os parlamentares ouviram relatos de moradores que informaram sobre casos de mortes decorrentes de problemas respiratórios.
O presidente da Comissão de Defesa da Cidadania questionou o secretário de Serviços Públicos da Prefeitura de Olinda, Edjar Rocha, um dos convidados para a audiência, sobre o atraso na conclusão das obras do projeto de aterramento e de biorremediação da área.
O secretário admitiu que o término estava previsto para fevereiro do ano passado. Lembrou, porém, que já foram concluídas duas primeiras fases, faltando outras duas, o que deve ocorrer dentro dos próximos dois meses. Segundo ele, a produção de lixo em Olinda é de 300 a 350 toneladas por dia.
Edjar Rocha também ressaltou que os freqüentes incêndios ocorridos no lixão são provocados pelos próprios catadores. “Já solicitamos o apoio da comunidade, no sentido de denunciar a ação dessas pessoas”, observou. (Cláudia Lucena)