Pedro Eurico defende administração Arraes

Em 13/04/1999 - 00:04
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O deputado Pedro Eurico (líder do PSB) refutou as denúncias apresentadas pelo vice-governador Mendonça Filho contra a administração Miguel Arraes. E classificou de “deslize infantil” a decisão do governador Jarbas Vasconcelos de atacar seu antecessor. “A população de Pernambuco – afirmou – assistiu estarrecida neste final de semana a mais um arreganho autoritário, mais uma manifestação de comportamento político atrasado e antidemocrático da atual administração. Foi um ataque para esconder a inoperância deste Governo. Um oportunismo e um revanchismo. A população está sendo obrigada a conviver com os mais antigos e mais nefastos vícios da política do Brasil em todos os tempos”.

Ao rebater as acusações partidas do Campo das Princesas, o parlamentar acrescentou que “o dedo acusador é para esconder a própria incompetência e a inoperância de um Governo que, passados os 100 primeiros dias desde sua posse, ainda não disse a que veio. “Por isso, está perdido em picuinhas com o funcionalismo, entretido em números pequenos e em coisas pequenas, sem proposta, sem imaginação. O líder oposicionista lamentou também que o Governo estadual “gaste o dinheiro do povo em rica publicidade para fazer ataques com o único objetivo de esconder sua inoperância”.

Revelando-se indignado com os ataques ao ex-governador Miguel Arraes, Pedro Eurico definiu o dossiê governamental como “prática odiosa da calúnia, da injúria e da difamação, insistindo em macular a honra alheia, por oportunismo e revanchismo”. Mas, ao mesmo tempo, assegurou que o endividamento do Estado envolve o Bandepe, “quebrado pelas sucessivas administrações do PFL, inclusive vultosos empréstimos fraudulentos aos usineiros; dívida de 1,2 bilhão de reais que já existia e estava escondida debaixo do tapete e Arraes teve a coragem de desnudar e resolver”.

Apontando para a bancada governista, Pedro Eurico acusou o Governo Jarbas Vasconcelos de negligência na defesa do seqüestro de açúcar obtido no Governo anterior e “apressou-se em fazer acordo possibilitando aos usineiros o pagamento da dívida até 2003. Esta é a verdade que eles querem esconder”, completou, rebatendo várias acusações do dossiê, em relação à Ceagepe, Usina Catende, compras para merenda escolar ou até mesmo irregularidade na compra de automóveis pela Secretaria de Saúde. “Vejam o caso das dívidas da Compesa: foram herdadas do PFL, o qual saiu em 1994 do Governo deixando 200 milhões de reais em dívidas acumuladas desde 1992. E o Lafepe, quem o deixou à beira da falência foi o Governo anterior do PFL, colocando um presidente incompetente e irresponsável, o mesmo que ocupa cargo importante na atual administração”.

Pedro Eurico questionou o destino do dinheiro da venda da Cilpe, realizada pelo então secretário da Agricultura, Mendonça Filho. “Onde foi parar esse dinheiro?”. No entanto este e outros assuntos não foram transformados em material de escândalo “para não sermos nivelados a quem recorre ao denuncismo como arma política, mas talvez tenhamos errado”.

Para o deputado Carlos Lapa (PSB), o relatório do Governo é uma “tentativa de ludibriar a opinião pública”. Ele desafiou os deputados governistas a apresentarem alguma obra realizada pela atual gestão. Ranílson Ramos (PSB) apontou diversas irregularidades do Governo Jarbas, frisando que a Comissão de Administração, que ele preside, vai começar a apurá-las. Jorge Gomes (PSB) disse que a imagem de Miguel Arraes nunca foi maculada, “nem mesmo pelos militares”. Para Fernando Lupa (PSB), a trégua dada pela Oposição acabou.

“Vamos começar a apontar os erros que hoje já podemos constatar”, disse.

(Antônio Azevedo)