O dossiê contendo acusações contra o governo Miguel Arraes, apresentado pelo vice-governador Mendonça Filho, continua repercutindo e provocando debates no Plenário da Assembléia Legislativa. Ontem, o deputado José Queiroz (PDT) censurou as diretrizes palacianas por “alimentarem uma briga que a população condena. Viver esse clima é um atraso político para o Estado”.
“Confesso-me triste e frustrado como pernambucano, mas não desanimo”, assegurou Queiroz, lembrando declarações anteriores expressando esperança de novos caminhos com a vitória “retumbante” de Jarbas Vasconcelos nas eleições passadas. “Jarbas precisa esquecer Arraes e trabalhar, articulando ações, eficientizando a máquina, dando celeridade ao Governo”, aconselhou José Queiroz.
Para ele, chegou a hora de agir sério, secundarizando-se briguinhas paroquiais e pensando-se no futuro de Pernambuco. Por isso, o Estado “precisa de um governante altivo, ousado, na busca permanente de novas conquistas; um governante líder ou quase estadista”.
Petista – Um Governo de um viés neoliberal, com a possibilidade de ser mais uma gestão marcada pela falta de prioridade para as maiorias. Esta é a interpretação dada pelo deputado João Paulo (PT) ao avaliar os 100 dias do Governo Jarbas.
Para ele, a falta de uma resposta consistente às críticas formuladas no Plenário causaram estranheza. Porém, os fatos ocorridos no final de semana “começaram a elucidar o mistério. O Governo dá sinais de montar grande operação política para não enfrentar a questão central, que é responder ao desafio de cumprir as promessas eleitorais”.
João Paulo referiu-se à “pasta preta”, entregue sexta-feira a jornalistas, contendo acusações ao Governo passado, acusando-o pelo descalabro do Estado.
“Jarbas quer cultivar a versão de que o fraco desempenho do Governo é de responsabilidade de Arraes e ele e o presidente FHC nada têm a ver com isso”, ironizou. (Antônio Azevedo)