Romário cobra mais consciência do eleitor

Em 13/04/1999 - 00:04
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Ao debater a exposição sobre o Sistema Político Brasileiro, o deputado Romário Dias (PFL) alertou que a manutenção do processo democrático não reside na quantidade de partidos, mas na consciência da população no momento da escolha de seus representantes políticos. E concordou com a posição do senador Roberto Freire (PPS) relativa à questão do domicílio eleitoral, afirmando que os eleitores devem ter garantida a liberdade de escolha de seus representantes no Executivo ou Legislativo, independente do Estado de origem do candidato.

“Também não se pode limitar que pessoas participem de processos políticos em qualquer outro Estado”, defendeu Romário. Na sua opinião, deve-se ampliar a discussão sobre pontos da reforma político-partidária, para que a mesma espelhe os anseios dos diversos segmentos da sociedade civil. Embora tenha reconhecido o “valor político” dos demais partidos, o líder do Governo na Assembléia Legislativa destacou a “participação expressiva” do PFL, PMDB e PSDB no cenário político nacional.

A redução gradativa nos votos de legenda foi outro aspecto levantado por Romário Dias, aprofundado durante pronunciamento da deputada Teresa Duere (PFL). “Hoje, as pessoas dizem que não votam mais em partidos, mas em pessoas”, comentou a deputada, creditando a mudança de postura do eleitorado à diversidade de partidos existente. Ao se deparar com essa realidade, a líder do PFL no Legislativo estadual questionou se o voto direcionado a candidatos “não enfraqueceria a democracia, já que a identidade partidária não fica clara para a população”.

Limitações impostas pelo quociente eleitoral também preocupam a parlamentar pefelista que, com base na eleição passada, lembrou que alguns candidatos com mais de 25 mil votos não foram eleitos, enquanto outros conseguiram ingressar na Assembléia com menos de 15 mil votos. “A criação de partidos é feita, às vezes, por conveniências pessoais ou questão de sobrevivência política”, disparou Teresa Duere, lamentando o fato de eleitor ficar “sem identidade com quem o representa”. (Simone Franco)