AL amplia discussão sobre transposição

Em 19/04/2000 - 00:04
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AL amplia discussão sobre transposição O Governo Federal, através do Ministério da Integração Nacional, já apresentou seu projeto para a transposição do Rio São Francisco. De acordo com o ministro Fernando Bezerra, as obras serão iniciadas no segundo semestre deste ano.

Preocupados com a participação de Pernambuco na obra da União, os deputados, através de requerimento feito por José Queiroz (PDT), realizaram ontem uma sessão especial para a análise do projeto de aproveitamento das águas, desenvolvido pelo Governo do Estado em adequação ao projeto federal.

Queiroz lembrou que a discussão está acontecendo no momento certo. “É comum o esquecimento deste problema quando as chuvas ocorrem, como agora. Nós, pelo contrário, estamos mais motivados ainda. Só assim, teremos respostas concretas no próximo período de estiagem”, salientou. O parlamentar ressaltou que é preciso pressa e, principalmente, vontade política nessa questão.

“São três séculos de projetos, que não foram realizados. A transposição, destra vez, precisa andar rápido. E isto só acontece quando há vontade política”, avaliou José Queiroz. Ele cobrou do Governo do Estado um projeto de adequação ao projeto de transposição do Governo FHC. “Somos o primeiro Estado a ser beneficiado pelo projeto, por isso temos que ter uma proposta para o traçado da transposição dentro do Estado, defendeu.

Os deputados Diniz Cavalcanti (PMDB), Augusto César (PSDB), João Mendonça (PFL), Roberto Liberato (PL), Afonso Ferraz (PSDB) e Jorge Gomes (PSB) também apresentaram suas preocupações com a forma de inclusão do Estado no projeto de transposição do Rio São Francisco.

Durante a sessão, o Subsecretário de Recursos Hídricos, Aluisio Ferraz, ressaltou a importância do projeto para Pernambuco, que dispõe de apenas 1.320 m3 de água por habitante/ano, contra a média nacional de 38 mil m3, e para o Ceará, a Paraíba e Rio Grande do Norte, que passarão a contar com mais água para abastecer a população e promover o desenvolvimento.

De acordo com Aluisio Ferraz, o projeto de transposição vai captar água em Cabrobó, chegando a Jati ao Ceará, e também em Itaparica, indo para Ibimirim e depois Paraíba, ou seja dois eixos – Norte e Leste –, resultando em mais 28 mil m3 por segundo para Pernambuco, 40 mil para o Ceará, 20 mil para a Paraíba e 38 mil para o Rio Grande do Norte.

Nos termos do projeto, serão desenvolvidas ações paralelas na gestão dos recursos, na preservação do meio ambiente, no combate ao desmatamento e assoreamento do rio, bem como medidas de apoio às comunidades rurais, ao desenvolvimento de atividades econômicas. Há portanto uma preocupação com o aproveitamento das águas e com o impacto ambiental.

Nessa linha de argumentação, o engenheiro Marcos Maciel esclareceu que está havendo excessiva timidez do Estado com relação ao projeto de transposição do São Francisco.

Ele assegurou que o presidente da República e o Ministro da Integração, já manifestaram apoio ao projeto e os Estados beneficiados têm de definir suas posições e aproveitar a oportunidade.

Marco Maciel lembrou que não é fácil obter recursos da área federal para o Nordeste e que, no caso, há urgência de uma decisão do Governo, do corpo técnico, para aprofundar os estudos e agilizar a execução. A obra será fundamental – afirmou – ao abastecimento humano, irrigação, e o Estado, a região, não pode perder tempo para viabilizar a obra. (Nagib Jorge Neto/Marconi Glauco)