Gomes apela a Jarbas para que ele atenda o Hemope A situação dos servidores do Hemope foi trazida à tribuna pelos deputados Jorge Gomes (PSB) e Paulo Rubem Santiago (PT), que exigiram melhorias salariais e nas condições de trabalho para a classe. Os funcionários entraram em greve ontem, após terem feito no primeiro semestre uma paralisação de 48 horas. A instituição, referência entre os hemocentros do país, atua na coleta, processamento e qualificação de sangue, produção de hemoderivados e tratamento das doenças sangüíneas. Gomes apelou para que o governador Jarbas Vasconcelos atenda ao pleito dos grevistas e mantenha as vantagens adquiridas ao longo do tempo, mas que foram retiradas pelo Governo do Estado. “O Hemope tem enormes serviços prestados à população de Pernambuco e as reivindicações de seus funcionários são mais que justas”, disse. Ele argumentou que os trabalhadores receberam o salário de julho na segunda quinzena de agosto.De acordo com Paulo Rubem Santiago, a situação é de verdadeira calamidade e mereceria uma avaliação crítica dos que administr am o serviço público. O líder do PT lamentou o arrocho salarial pelo qual vem passando os servidores, muitas vezes transformados em “vilões públicos”. Os parlamentares questionaram o repasse dos recursos recolhidos pelo Hemope junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) e que não vêm sendo repassados na mesma proporção à instituição pela Secretaria de Saúde. Paulo Rubem apresentou documento mostrando que, de janeiro a julho este ano, o hemocentro recolheu R$ 12.580.875,56, mas que em contrapartida só recebeu R$ 9.417.475,10. “O mais grave é que o Hemope está tendo que custear os seus próprios serviços”, afirmou.Santiago informou que encaminhará à Casa a solicitação de uma audiência pública conjunta entre as comissões de Finanças e Saúde, reunindo a diretoria do Hemope, o sindicato dos servidores e o secretário Guilherme Robalinho.
Solicitará ainda ao Tribunal de Conta do Estado (TCE) acesso aos balancetes oficiais para averiguar onde está sendo aplicada a diferença estimada em mais de R$ 3 milhões entre os re cursos recolhidos junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) e os aplicados pela Secretaria no hemocentro. (Gustavo Hahnemann)