Negromonte quer voto aberto para tudo O primeiro-secretário da Assembléia legislativa, deputado João Negromonte (PMDB), defendeu a emenda de sua autoria e do deputado Lula Cabral (PFL), propondo o voto aberto sem restrições em todas as votações. Ele elogiou PEC do deputado Ranilson Ramos, mas justificou que o fim das exceções só vai engrandecer ainda mais a idéia, que torna mais transparente o Legislativo. “Não vejo motivos para termos voto secreto nas escolhas dos membros da Mesa Diretora ou para cassações de mandatos. Os deputados não precisam esconder nada”, explicou.
O deputado Gilberto Marques Paulo (PFL) afirmou concordar integralmente com o fim do sigilo no voto. “Desde a semana passada, quando ainda não havia sido iniciado o debate sobre a matéria, antecipei meu voto, porque não entendo como se pode reagir a uma votação aberta”, afirmou, lembrando que em sete anos como deputado sempre permitiu que seu eleitor soubesse em que ele votou. Ele acrescentou que é contra as restrições ao voto aberto seja em matéria constitucional ou de índole política.
O deputado Diniz Cavalcanti (PMDB) disse que o voto aberto “é uma necessidade moralizadora do homem público”. Já o deputado Pedro Eurico (PSDB) se posicionou contra o fim do voto secreto. Ele justificou que muitas vezes “se vota aberto de cabeça baixa”. Para Eurico, o voto secreto deve ser preservado, por exemplo, nos projetos de cassações e nas avaliações dos vetos do Executivo para manutenção da autonomia do Legislativo”.
Além de João Negromonte, os deputados João Braga (PV) e Augusto Coutinho (PFL) criticaram a postura de Pedro Eurico. João Braga afirmou que “o argumento do tucano assusta, porque puxa a questão ética, mas traz o atributo da traição na hora do voto”.
Para Augusto Coutinho, a “clareza é o melhor remédio” na definição do voto do deputado. O deputado Sérgio Leite (PT) também defendeu o fim do voto secreto como princípio e sem exceções. (Pedro Marins)