Quatro décadas da Acadepol Criada por decreto do então governador Eraldo Gueiros Leite, em 1974, a Academia de Polícia Civil do Estado de Pernambuco, antes escola, completou 39 anos de serviços prestados à comunidade. O evento foi assinalado na tarde de ontem na Assembléia Legislativa, no Grande Expediente, por iniciativa do deputado Antônio Moraes (PSDB). Pela lei daquele ano, foi instituída a polícia de carreira, transformando a Escola de Polícia em uma Academia de Polícia Civil, agremiação oficial de caráter científico. Moraes relevou a colaboração importante do então secretário da Segurança, coronel Egmont Bastos Gonçalves e do então diretor da Acadepol, Roldão Joaquim dos Santos.A unidade policial-científica todavia enfrentou tempos difíceis, mas ao assumir a Secretaria da Segurança Pública, Antônio Moraes designou o dr. Edson Nogueira para comandar a Acadepol, dando-lhe novos rumos. Vale destacar a ampla folha de realizações, entre as quais construção do hotel de trânsito para alunos, completa reforma da sede, estacionamento para 38 veículos, informatização com computadores de última geração, construção de ginásio poliesportivo para 2.000 pessoas, entre outras ações.Concluindo, Moraes louvou a modernização da Acadepol pelo dr. Edson Nogueira “obedecendo os critérios do Ministério da Justiça, sendo hoje referência em todo o território nacional, com elevado nível de modernização acadêmica”.Academia Em 1962 o então governador Cid Sampaio inaugurou a Escola de Polícia de Pernambuco – 12 anos depois transformada em academia – e já se passaram 39 anos de atuação da Acadepol na formação de policiais civis pernambucanos. Recordando as quase quatro décadas da entidade, o diretor Edson Domingues Nogueira reportou-se as profundas transformações ocorridas na sociedade. Com a responsabilidade de dirigir o órgão que prepara gerações de policiais e diante do quadro de violência insuportável em todos os quadrantes da Nação, ele cita o coronel PM Rui César, de São Paulo: “A criminalidade nos grandes centros pode ser considerada subproduto de um acelerado e caótico processo de urbanização”.No contexto atual, a Acadepol entende não ser mais possível uma visão simplista de segurança pública. Estatísticas alertam que 57 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha de pobreza. Em 1999, 60.440 pessoas foram assassinadas neste País, segundo o Ministério da Justiça “o que caracteriza a maior guerra civil do planeta”. Edson Nogueira adverte, recorrendo a um consenso de especialistas do mundo inteiro: “A desigualdade entre ricos e pobres constitui-se na causa maior da criminalidade. O Brasil detém o título de campeão mundial da desigualdade social”.O diretor da Acadepol comunicou que se ultimam os estudos para transformá-la numa unidade de ensino superior, centro de pesquisas sociais e criminais, pronta para prover Pernambuco de “políticas públicas sociais condizentes com a nossa realidade sócio-cultural”. (Antônio Azevedo)