
O Ministério Público de Pernambuco poderá investigar a morte do soldado Robson Vieira da Silva, 39 anos, que faleceu na última quarta-feira, depois de ter se sentido mal durante um teste físico. A afirmação é do deputado Soldado Móises (PSB), que agendou para hoje uma audiência com o procurador-geral da Justiça, Francisco Sales, para tratar o assunto.
“Esse fato mostra à sociedade uma face desumana dos testes de aptidão física (TAF). Não é a primeira vez que um PM morre em treinamento. Por isso, a Associação de Cabos e Soldados não admitirá que a situação fique impune e cobrará da Secretaria Estadual de Defesa Social e do Comando da PM a mudança dos métodos aplicados nos testes”, declarou o socialista.
O parlamentar disse ter sido submetido a uma prova física, logo depois da segunda greve da corporação, em 2000. “Estava debilitado depois de 12 dias de paralisação e, ainda assim, fui obrigado a fazer o TAF. Lógico que sofri as conseqüências danosas da prática excessiva de exercícios físicos. Quase sofri um infarto”.
Segundo o deputado, “a tropa não tem condições de se preparar fisicamente para os testes, pois integra jornadas extras de trabalho, vive numa sobrecarga de estresse, alimenta-se mal e recebe um salário vergonhoso do Estado”. Moisés assegurou, ainda, ter informações de que alunos do Curso de Formação de Cabos do Corpo de Bombeiros são obrigados a ficar sem água e a comer charque crua com farinha, em uma jornada de 24 horas.