
Mártires da luta contra a Ditadura Militar, Manoel Lisboa, Emmanuel Bezerra e Manuel Aleixo receberam homenagem in memoriam, ontem, durante Reunião Solene, na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A iniciativa partiu do deputado Waldemar Borges (PSB). Os três foram mortos pelo regime há 40 anos.
Manoel Lisboa nasceu em Maceió (AL), em 1944, e foi um dos fundadores do Partido Comunista Revolucionário (PCR). Foi torturado e morreu em setembro de 1973, no Recife. Emmanuel Bezerra nasceu em 1943, no Rio Grande do Norte. Foi a principal liderança do Comitê Universitário do PCR no Estado. Preso e torturado, morreu em1973, na cidade de São Paulo (SP). Manoel Aleixo nasceu em 1931, em São Lourenço da Mata, Zona da Mata Norte de Pernambuco. Acompanhou o ressurgimento das Ligas Camponesas no Estado e, em 1967, entrou no PCR, partido em que militou até 1973, ano em que foi morto pela repressão.
O deputado Diogo Moraes (PSB) abriu a solenidade e registrou a importância da iniciativa. “O Legislativo Estadual reverencia de maneira justa a memória desses três jovens que pagaram com a vida a defesa de suas convicções e ideais.” Waldemar Borges ressaltou a militância políticas dos mártires e lembrou que muitos, ainda hoje, são dados como desaparecidos. “Construtores, muitas vezes, anônimos de um País mais digno e democrático.” O presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa, Edival Nunes Cajá, falou em nome das famílias homenageadas. “A Casa Joaquim Nabuco faz uma justa homenagem não só aos três, mas a todos que resistiram à ditadura”, registrou.
Alfredo Cavalcanti; a diretora do Centro Cultural Manoel Lisboa, Gilda de Sousa; e a presidente da União dos Estudantes Secundaristas de Jaboatão dos Guararapes, Nathália Lúcia; receberam placa alusiva à data representando, respectivamente, as famílias de Lisboa, Bezerra e Aleixo. Foi apresentado um vídeo sobre os homenageados e realizado um recital de poesias.
Ex-presos políticos e amigos dos líderes, como José Nivaldo Júnior; o vereador de Olinda, Marcelo Santa Cruz; Amparo Araújo, da Comissão Nacional de Mortos e de Desaparecidos Políticos; além do deputado estadual pela Paraíba, Anísio Maia, deram depoimentos sobre o período ditatorial.