
PRIVATIZAÇÃO – Jurandi Araújo explicou que Pernambuco é o único Estado do Nordeste que ainda conta com esse tipo de entidade atuando no ramo. Foto: Nando Chiappetta
A Frente Parlamentar em Defesa do Cooperativismo da Alepe promoveu, na tarde desta segunda (13), a última rodada de escutas sobre esse modelo de organização produtiva em atuação em Pernambuco. No encontro virtual, o colegiado pôde fazer um diagnóstico do setor de infraestrutura, com foco nas cooperativas do ramo de eletrificação.
Representante da Federação das Cooperativas de Energia e Desenvolvimento de Pernambuco (Fecoerpe), Jurandi Araújo explicou que o Estado é o único do Nordeste que ainda conta com esse tipo de entidade operando na área. “Em outras localidades, as organizações sucumbiram após a privatização do setor elétrico. Graças a um acordo que fizemos em 2012, trabalhamos em colaboração com a concessionária.”
De acordo com Araújo, há 12 cooperativas desse segmento em Pernambuco, as quais reúnem cerca de 70 mil associados. Elas operam na manutenção da fase final do sistema, entre o medidor e a propriedade. “Com a estrutura que possuímos, temos condições de tocar outras ações, como projetos de energia solar e de perfuração de poços artesianos”, assegurou.
Da Cooperativa de Energia e Desenvolvimento do Alto Pajeú (Ceralpa), Eraldo Bezerra acredita que o setor pode expandir sua atuação por meio de convênios com o Poder Público. “Temos capacidade para colaborar com os entes municipais, estadual e federal, levando desenvolvimento para a população, em especial, ao homem do campo”, argumentou. A entidade que ele representa atende 13 localidades e reúne 3,2 mil associados.

DESAFIO – “É muito pertinente a proposta de uma política de incentivo à produção de energia solar por meio das cooperativas”, acredita Waldemar Borges. Foto: Nando Chiappetta
“Com essa vocação das cooperativas em trabalhar no âmbito social, poderíamos desenvolver, junto com o Governo do Estado, um programa de expansão da energia solar voltado para os pequenos empreendedores”, sugeriu o cooperado Roberto Carlos, destacando as dificuldades que os empresários de menor porte enfrentam para arcar com os custos de energia.
Antônio Miguel Barbosa, da Cooperativa de Energia e Desenvolvimento do Vale do Ipanema (Cervi), reforçou a importância da realização de alianças. Já Arlindo Gomes da Silva, da Cooperativa do Agreste Setentrional (Cerape), deu ênfase à contribuição dessas organizações no enfrentamento à seca: “Diversificamos nossa atuação com o aluguel de retroescavadeiras para abertura de cisternas, diminuindo o sofrimento provocado pela falta d’água”, comentou.
Encaminhamentos
As sugestões apresentadas foram reunidas pelo coordenador da Frente Parlamentar, deputado Waldemar Borges (PSB). “É muito pertinente a proposta de uma política estadual de incentivo à produção de energia solar por meio das cooperativas. Temos o desafio, agora, de identificar os instrumentos para promovê-la”, pontuou.
Presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas de Pernambuco (OCB-PE), Malaquias Ancelmo observou que a audiência desta segunda encerra uma série de encontros realizados pelo colegiado para diagnosticar a situação dessas entidades no Estado. “Em 2022, vamos para um novo momento: nos debruçar sobre as demandas e fazer os encaminhamentos políticos necessários”, concluiu.