
PROPINA – “Se caso for comprovado, será o maior esquema de corrupção da história, que resultou nas mortes de centenas de milhares de brasileiros”. Foto: Nando Chiappetta
As denúncias envolvendo supostas irregularidades e cobranças de propinas relacionadas à compra de vacinas pelo Governo Federal são mais um elemento para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O posicionamento foi defendido pelo deputado João Paulo (PCdoB) na Reunião Plenária desta quarta (30).
As acusações citadas pelo parlamentar, divulgadas nessa terça (29) pelo jornal Folha de S. Paulo, foram feitas por um representante de uma empresa que intermediaria a venda de imunizantes. Segundo o denunciante, para garantir o fechamento de contrato com o Ministério da Saúde, seria exigido o pagamento de 1 dólar por dose de vacina.
Outro caso apontado pelo comunista foi o que envolve a vacina indiana Covaxin, em que há denúncias de pressão para pagamentos irregulares dentro do Ministério da Saúde. O fato teria sido informado diretamente ao presidente Bolsonaro.
“Agora vemos que o ‘messias da anticorrupção’ está metido num turbilhão de falcatruas. Um dólar é o valor da vida de um brasileiro para o desgoverno Bolsonaro, e as vacinas só interessavam se trouxessem vantagens financeiras aos seus negociadores”, assinalou. Para João Paulo, se esse caso de propina for comprovado, “será o maior esquema de corrupção da história, que resultou nas mortes de centenas de milhares de brasileiros”.
Em relação ao episódio da Covaxin, o deputado avalia que já está caracterizado crime de prevaricação, uma vez que o mandatário da nação não teria tomado nenhuma atitude após as denúncias de ilegalidades feitas a ele. “Se a conduta genocida do presidente já configura crime de responsabilidade suficiente para o impeachment, imagina com a corrupção, caso confirmada?”, indagou.
“O que podemos ver é que não era só negacionismo, mas também um negócio sujo que envolve pessoas muito próximas do presidente da República e cifras bilionárias”, considerou. Na análise do comunista, as acusações vão alimentar ainda mais as manifestações marcadas para o próximo sábado (3), com o objetivo de pedir a saída de Bolsonaro.
O parlamentar argumentou que o número de mortes causadas pela pandemia poderia ser 80% menor. “Quatrocentos mil brasileiros estariam vivos se o Governo Federal tivesse aceitado ofertas de vacinas no ano passado e estimulado políticas de controle – como o uso de máscaras, distanciamento social, testagem em massa e rastreamento de contatos”, asseverou.