
ANÁLISE – Deputado classificou ano como “politicamente absurdo, socialmente injusto e culturalmente ameaçador”. Foto: Roberto Soares
Ao encerrar sua participação na tribuna da Alepe em 2019, o deputado João Paulo (PCdoB) pontuou os momentos que considerou mais marcantes do mandato, diante de um ano que tachou como “politicamente absurdo, socialmente injusto e culturalmente ameaçador”. Ao discursar na Reunião Plenária desta quinta (19), ele destacou a criação da Frente Parlamentar sobre os Impactos da Quarta Revolução Industrial em Pernambuco e os pronunciamentos em que repercutiu ações do governo do presidente Jair Bolsonaro.
O parlamentar considerou “inimaginável” o ressurgimento, neste ano, de discursos a favor da ditadura e da tortura, assim como a discriminação da arte, o racismo, o desrespeito à Constituição e os ataques ao estado laico. Também criticou “o endeusamento das armas, o empoderamento das milícias e o descaso com a ciência, o meio ambiente e a educação”, além do que classificou como “uma política econômica ultraliberal destinada a enriquecer ainda mais os bancos e empobrecer o povo”.
“Estive atento às questões do País, do Estado e do povo, bem como ao intenso trabalho desenvolvido pela Assembleia Legislativa. Participei de 11 comissões e apresentei projetos para melhorar a vida das pessoas”, disse. Ao tratar dos debates com especialistas e entidades feitos pela Frente Parlamentar que coordenou, ele ressaltou que as mudanças tecnológicas poderão gerar desemprego em massa. “Procuramos discutir a situação de trabalhadores mais diretamente afetados: motofretistas, comerciários, bancários e todos aqueles incluídos no que vem sendo chamado de ‘nova escravidão digital’”, prosseguiu.
O comunista tratou, ainda, da oposição à instalação de uma usina nuclear em Itacuruba (Sertão de Itaparica) e da luta em defesa das comunidades tradicionais. “O ano de 2019 foi inesquecível por sua dramaticidade política e seus momentos de grandes emoções, muitas delas desagradáveis. Foi parte de uma história que segue, muda e não produz vencedores definitivos. Desejo um 2020 mais saudável e feliz, e um País mais democrático e mais justo”, concluiu.