
FISCALIZAÇÃO – Encontro teve a participação do presidente da Adagro, Paulo Roberto Lima, que apresentou dados e metas do Estado. Foto: Nando Chiappetta
A Comissão de Agricultura debateu, na manhã desta terça (12), a situação de Pernambuco no plano estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa). A apresentação, feita pelo presidente da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro), Paulo Roberto Lima, enfatizou que o Estado integra, desde 2014, a zona livre da doença com vacinação dos gados. As ações buscam manter esse status e cumprir a meta de, até maio de 2021, tornar-se livre sem cobertura vacinal. No País, apenas Santa Catarina já atende a esse objetivo.
As responsabilidades pela implementação do programa são compartilhadas entre Governo Federal, Estados e setor privado. Conforme Lima explicou, entre outras atribuições, cabe à esfera estadual a inspeção e o controle do trânsito de animais, bem como a fiscalização de feiras e eventos agropecuários, a supervisão da distribuição e do comércio de vacinas e a erradicação dos focos.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), há mais de 13 anos o Brasil se mantém sem ocorrência da doença, sendo reconhecido internacionalmente como zona livre de febre aftosa com vacinação. Os últimos focos ocorreram em 2005, nos Estados do Paraná e no Mato Grosso do Sul. Confira o cenário atual da febre aftosa na América do Sul.
Ao longo deste mês, Pernambuco realiza a segunda etapa da campanha anual de vacinação, voltada para cerca de 533 mil animais de 0 a 24 meses. Na primeira fase, abrangendo todos bovinos e bubalinos (búfalos), foi imunizado cerca de 1,87 milhão de gados. O presidente da Adagro lamentou que o último convênio com o Governo Federal para ações de defesa e fiscalização agropecuária tenha sido assinado em 2015. O gestor também reforçou a importância da criação de um fundo privado para fazer frente às emergências zoossanitárias, a exemplo de outros Estados, e defendeu que a Alepe seja incluída no grupo gestor estadual do Pnefa.

PARTICIPAÇÃO – Presidente do colegiado, Doriel Barros anunciou que a Alepe fará parte do comitê do Programa Nacional de Erradicação em Pernambuco. Foto: Nando Chiappetta
“Muitas ações são de rotina do serviço veterinário estadual, algumas dependem de recursos federais. Estamos aguardando chegarem as verbas, assim como outros Estados. Nosso objetivo é termos, em maio de 2021, a última vacinação em Pernambuco”, disse Paulo Roberto Lima. Ele ressaltou a importância de manter zerados os casos de febre aftosa para impedir embargos internacionais, que possam atingir, inclusive, o comércio de outros produtos agrícolas, como frutas. “Os setores público e privado têm suas responsabilidades. Se não trabalhamos juntos, não conseguimos avançar para termos esse status [livre sem vacinação] em breve.”
O presidente da Comissão de Agricultura, deputado Doriel Barros (PT), disse que a Casa fará parte do comitê do Pnefa em Pernambuco. “O Estado vai ganhar muito com a erradicação da febre aftosa. Pelas informações que nos foram passadas, os produtores vão economizar mais de R$ 5 milhões por ano com vacinas e contratação de aplicadores, além de garantir que poderão exportar livremente. A Assembleia estará junto com a Adagro trabalhando com esse objetivo”, emendou. O deputado Antonio Fernando (PSC), por sua vez, cobrou a vacinação de caprinos e ovinos.