
ATIVIDADE – Deputados e convidados enalteceram importância da instituição, que conta com cem empresas e gera mais de 18 mil empregos diretos. Foto: Sabrina Nóbrega
O maior polo industrial e portuário de Pernambuco, que hoje conta com cem empresas que somam mais de R$ 50 bilhões em investimentos privados e geram mais de 18 mil empregos diretos, completa 40 anos neste mês de novembro. O Complexo de Suape foi criado pela Lei Estadual nº 7.763/1978 e hoje recebe o nome do governador responsável por sancionar a medida, Eraldo Gueiros. Para comemorar a data, a Alepe realizou, nesta quarta (14), um Grande Expediente Especial.
A instalação do Porto de Suape foi baseada no conceito de “indústria-porto”, inspirado nas experiências bem-sucedidas de Marselha, na França, e de Kashima, no Japão. O terminal é interligado a mais de 160 portos em todos os continentes, ficando a sete dias da costa leste dos Estados Unidos e a nove dias de Roterdã (Holanda), onde se localiza o maior porto da Europa. No Nordeste, Suape está localizado a, no máximo, 800 quilômetros de distância de 90% do PIB da região. O terminal portuário teve a maior movimentação de cargas de sua história em 2017, chegando a 23,6 milhões de toneladas.
“A posição estratégica de Suape não quer dizer que transformá-lo em uma realidade foi tarefa fácil. Devemos reconhecer o trabalho de todos aqueles que passaram por esse grande projeto”, considerou o presidente em exercício da Alepe, deputado Pastor Cleiton Collins (PP). “Suape é um legado de gerações, e cada governo dos últimos 40 anos colocou uma pedra nessa obra”, comentou Zé Maurício (PP), que solicitou a realização do Grande Expediente.
“Somos um dos portos públicos do Brasil com menos problema de assoreamento, o que nos faz ter custos menores do que outros terminais. Também somos um dos mais rápidos na liberação de cargas”, ressaltou Rayssa Accioly, assessora-técnica da Diretoria de Relações Institucionais do Porto de Suape. “Temos possibilidades de expansão, para que se torne um porto de nível global”, afirmou a assessora, que apresentou os projetos para o futuro de Suape, como a ampliação do Terminal da Agrovia do Nordeste, que armazena e exporta açúcar refinado, e a instalação do segundo terminal de contêineres (Tecon 2).
O deputado Eriberto Medeiros (PP), que exerce nesta semana o cargo de governador do Estado, esteve presente ao Grande Expediente e elogiou a capacidade do corpo técnico do Complexo de Suape. “O trabalho do presidente Carlos Vilar e de sua equipe foi enxergado pelo governador Paulo Câmara e hoje é reconhecido pela sociedade pernambucana”, declarou.
Preocupação – O presidente do Porto de Suape, Carlos Vilar, registrou em seu discurso a preocupação com a perda de autonomia da instituição, a partir da edição da Medida Provisória 595/2012 (convertida na Lei Federal 12.815/2013). “Desde então, não pudemos fazer mais arrendamentos para novas empresas privadas no porto. São cinco anos de atraso para nós”, apontou. Outra preocupação dele está no andamento das obras da Ferrovia Transnordestina. “Há uma sinalização das empresas à frente do projeto em priorizar a ligação com o Porto de Pecém, no Ceará, deixando Suape para 2027. Isso pode inviabilizar vários de nossos projetos”, observou Vilar.
Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, deputado Aluísio Lessa (PSB) destacou que a retomada da autonomia de Suape deve ser “prioridade nº 1” na mobilização política em Pernambuco. “Essa causa tem que envolver empresários, Governo do Estado, Assembleia e nossa bancada federal”, afirmou. Para Lessa, a mesma atitude deve ser tomada em relação à Transnordestina, às dificuldades dos estaleiros pernambucanos e da Refinaria Abreu e Lima.