Deputados criticam decisão do STF que autoriza prisão de Lula após julgamento em 2ª instância

Em 05/04/2018 - 14:04
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OPINIÃO – Os deputados Teresa Leitão, Laura Gomes, Odacy Amorim e Isaltino Nascimento lamentaram o resultado. Foto: Sabrina Nóbrega

O julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta (4), que negou o habeas corpus preventivo pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, motivou críticas no Plenário da Assembleia nesta quinta (5). A maioria dos ministros da Corte entendeu que Lula poderá ser preso no processo em que é réu após decisão de segunda instância na Justiça. Os deputados Teresa Leitão (PT), Laura Gomes (PSB), Odacy Amorim (PT) e Isaltino Nascimento (PSB) lamentaram a decisão.

Teresa Leitão leu, da tribuna, a nota oficial do Partido dos Trabalhadores em repúdio ao resultado do julgamento. “O Supremo sancionou mais uma violência contra o maior líder popular do País”, registrou o documento. “Lula é inocente e isso será proclamado num julgamento justo. Quem tem a força do povo, quem tem a verdade ao seu lado, sabe que a Justiça ainda vai prevalecer.”

Para Laura Gomes, que lamentou a “apatia” da população frente ao episódio, os ministros não levaram em conta a história e o legado do ex-presidente para o Brasil. A socialista sublinhou que o governo do petista tirou pessoas da pobreza e ampliou o acesso à educação. “Amanheci o dia de luto, mas temos de continuar na luta e manter a esperança de que teremos um Supremo melhor.”

A melhora da economia sob o Governo Lula também foi citada por Odacy Amorim, que disse respeitar a decisão do tribunal, mas considerou que a lei “não pode ser aplicada sem reflexão”. O petista pediu ânimo aos apoiadores do ex-presidente para resistir. “A história vai julgar esse dia como um dia triste. Lula será preso, mas vamos tirar o melhor dessa situação e olhar para frente, sem convulsão social ou enfrentamento fora da lei”, declarou.

Isaltino Nascimento afirmou que o resultado do julgamento “apequena o Supremo” e atende a interesses de elites econômicas que não querem ver as pessoas terem acesso a melhores condições de vida. Para explicar a pouca reação do povo à decisão, o parlamentar citou o filósofo alemão Karl Marx e considerou que as ideias dos segmentos poderosos “são introjetadas” nas camadas populares. “O que está em xeque não é a liberdade do ex-presidente Lula, mas a possibilidade de os setores que pensam a democracia no Brasil se mobilizarem”, concluiu.