
CRÍTICA – Para o parlamentar, medida é uma tentativa de “desmoralizar um deputado eleito pelo povo, que defende os companheiros da PM”. Foto: Roberto Soares
A portaria da Secretaria de Defesa Social (SDS) que excluiu o deputado Joel da Harpa (PTN) da Polícia Militar (PM) foi classificada como uma “decisão injusta e arbitrária” pelo parlamentar, em discurso no Grande Expediente desta tarde. A medida foi publicada na edição desta quarta (16) do Diário Oficial, com a justificativa de que o parlamentar teria vendido um imóvel em Jaboatão dos Guararapes como se fosse de propriedade dele, em 2009, pelo valor de R$ 5 mil.
“O terreno havia sido adquirido pelo meu pai há 40 anos e, no local, foi construído um imóvel. Oito anos atrás, o terreno foi vendido para um colega da PM”, explicou. “Fui no cartório e fiz um documento de compra e venda. Deixei bem claro que estava vendendo apenas a posse do local. Só que agora um cidadão reivindicou a propriedade do terreno, o que originou esse processo na Corregedoria da SDS”, pontuou.
“Quem nunca vendeu uma posse em Pernambuco? Para minha surpresa, a Corregedoria pediu minha exclusão porque eu teria ferido a ‘ética e a imagem da corporação militar” nesse episódio”, declarou. “Eu tenho 18 anos de corporação e honra eu tenho demais. Quem ofendeu decoro é um secretário que admite ter recebido ligações de presos, por exemplo”, considerou Joel da Harpa, que citou outros atos que julgou como “verdadeiras ofensas à população”, como as declarações do secretário Márcio Stefanni sobre a violência no Estado e a apreensão de fantasias de uma troça carnavalesca.
Para Joel da Harpa, a exclusão dele da PM é uma tentativa de “desmoralizar um representante eleito pelo povo, que defende os companheiros da Polícia Militar”. “Além de injusta, essa atitude tenta colocar medo na categoria. O Governo quer passar a seguinte mensagem: ‘se excluíram um deputado, imagina o que podem fazer com qualquer policial’”, avaliou o parlamentar.
Em aparte, o deputado Edilson Silva (PSOL) se solidarizou com Joel da Harpa. “Lamento que o Governo continue seguindo uma linha de perseguição e não-diálogo com atores importantes da segurança pública. É uma ação puramente política do Executivo, que só fará as corporações militares tomarem cada vez mais o caminho do conflito”, declarou.