Priscila Krause questiona reajuste na conta de água

Em 22/02/2017 - 18:02
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Reunião Plenária

COMPESA – Deputada informa que reajuste de 7,88% para os consumidores em geral e de 5,43% na tarifa social começa a valer a partir de 20 de março. Foto: Henrique Genecy

Em pronunciamento durante a Reunião Plenária desta quarta (22), a deputada Priscila Krause (DEM) questionou o argumento dado pela Compesa para o aumento na conta de água a partir de 20 de março. O reajuste será de 7,88% para os consumidores em geral e de 5,43% na tarifa social. Para obter esclarecimentos, ela  anunciou que acionará o Ministério Público de Contas (MPCO) de Pernambuco e a Agência Estadual de Regulação de Pernambuco (Arpe).

Ao justificar o aumento nas tarifas, a empresa citou um custo a mais, de cerca de R$ 100 milhões com carros-pipa e investimentos em obras emergenciais, como adutoras e captação de água, por causa da estiagem no Agreste do Estado. Baseando-se em informações do Portal da Transparência, a parlamentar apontou, porém, uma dívida de R$ 51,9 milhões do Governo Estadual, referente ao pagamento de taxas de fornecimento de água e serviço de esgoto dos prédios públicos. A dívida estaria, na avaliação dela, prejudicando o fluxo de caixa da Compesa.

“O cidadão pernambucano está, na verdade, sendo vítima de uma manobra financeira. O maior credor do Estado é a Compesa. A empresa tem para receber uma dívida de R$ 37,9 milhões de 2016, e R$ 14 milhões de 2015, que, somada, representa mais da metade do valor usado para justificar o aumento. A população vai pagar uma conta que, na totalidade, não é dela”, explicou.

Priscila afirmou que fará um pedido de informações ao Governo do Estado para que detalhe a dívida com a Compesa; um requerimento à Arpe para que justifique o reajuste; e notificará o MPCO para acompanhar a situação. “Além disso, se for necessário, vamos chamar os representantes da empresa à Assembleia para que concedam as explicações necessárias”, acrescentou.

O discurso recebeu comentários, em apartes, de outros deputados. Edilson Silva (PSOL) criticou a falta de transparência do Governo. “É uma manobra contra a economia popular, que prejudica principalmente o consumidor de baixa renda”, avaliou. “Os pipeiros da região do Araripe falam em atrasos de quase 17 meses nos pagamentos. Os custos com carros-pipa precisam ser apresentados”, observou Socorro Pimentel (PSL).

Terezinha Nunes (PSDB) defendeu a realização de ajustes fiscais profundos pelos Estados. Embora avalie que a situação é melhor do que a maioria das outras unidades da federação, a tucana reconhece que Pernambuco enfrenta “dificuldades sérias”. “Isso é decorrência dos governos do PT, irresponsáveis, que quebraram o Brasil e todos os Estados”, afirmou.