Direitos humanos marcam encerramento do II Seminário Comunicação Legislativa e Cidadania

Em 29/07/2016 - 14:07
-A A+
LINGUAGEM - Professoras da UFPE, Virgínia Leal e Fabiana Moraes abordaram, entre outras questões, uso de termos para se referir a grupos de maior desprestígio social. Foto: Jarbas Araújo

LINGUAGEM – Professoras da UFPE, Virgínia Leal e Fabiana Moraes abordaram, entre outras questões, uso de termos para se referir a grupos de maior desprestígio social. Foto: Jarbas Araújo

O dia de encerramento do II Seminário Comunicação Legislativa e Cidadania, promovido pela Assembleia Legislativa, foi marcado pelo debate sobre Direitos Humanos. Com a participação das professoras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Virgínia Leal e Fabiana Moraes, a linguagem foi o tema da primeira mesa desta sexta (29). Na segunda parte, a importância do trabalho realizado pelo jornalismo independente foi discutida pelos jornalistas Marina Amaral, da Agência Pública, e Inácio França, do Marco Zero Conteúdo.

“Temos que pensar no trabalho que a gente faz e nas consequências das nossas escolhas discursivas”, avaliou Virgínia, que é doutora em Linguística e atua no Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da UFPE. De acordo com ela, mudar os termos para se referir a grupos de maior desprestígio social não é suficiente para garantir os direitos humanos. “Porque o preconceito continua”, argumentou. Nesse sentido, a também jornalista Fabiana Moraes chamou atenção para o problema da cobertura que vitimiza e folcloriza esse grupo: “É fundamental ficar atento para não reforçar esses padrões”.

A discussão acerca do jornalismo independente foi norteada pela percepção de que a mídia perdeu o controle da informação, diante do desenvolvimento das redes sociais. “Antes, o estudante de jornalismo só vislumbrava trabalhar em grandes emissoras e jornais. Hoje, sabem que o futuro não está mais ali, porque o modelo industrial de jornalismo está em crise”, declarou Marina Amaral. A importância de o jornalista “se arriscar a sair da verdade absoluta para escutar e enxergar as pessoas” foi destacada por Inácio França. “Por conta da velocidade industrial, o jornalismo tradicional não dá conta disso”, ressaltou.